neste artigo temos fotos do querido Mestre Rodrigo Giarola.
in this article we have photos of my dear friend Master Rodrigo Giarola.
I've been writing on this site since 2007, and in all these years, I share excerpts of dialogues I had with my Si Fu. This happens because I am part of the Moy Yat Lineage. And Patriarch Moy Yat [photo above], observed the importance of “Kung Fu Life” as a means of accessing the Ving Tsun System. “Kung Fu Life” is not programmed, nor is it a class or lecture. It's being together with those who live life with Kung Fu. And in one of those moments with my Si Fu, he talked about how we can learn about a country's culture by observing its cuisine. He had me and those present remark on how organized food was in japanese cuisine and how much it reflected on the culture at large. On the other hand, when we almost intuitively think of Chinese food and its mix of spices with apparently not so extreme organized dishes. Si Fu would have said - “... The seasoning placed with the wrong timing can compromise the entire recipe. It's not enough just to mix...”
Conheci meu Si Fu em Abril de 1999, comecei a praticar com ele em Setembro e apenas em Outubro deu-se meu início formal. Porém, foi apenas em 2007[foto] que realizei o “Baai Si”[拜師]. Na ocasião, estava de pé minha apresentadora, a Mestra Ursula Lima, e sentado meu Si Fu Julio Camacho.
Meu Si Fu uma vez disse, que a principal diferença no trato que uma tartaruga dá a um alimento em comparação a um ser humano, é nossa capacidade de atribuir símbolos. Com isso, podemos comer uma incrível Lasagna apenas para matar a fome, ou usar a lasagna como pretexto para um jantar romântico ou de negócios. Segundo ele, uma Cerimonia tem o peso que somos capazes de atribuir ao seu símbolo. Muitas vezes, não teremos maturidade para apreciar a importância do passo que decidimos dar ao fazer o “Baai Si”[拜師], então precisaremos “repisar” esse terreno por muitas outras vezes. Para tal, uma relação que atravessa toda a nossa vida, permite que bons e maus momentos, sejam apenas recortes de uma história muito maior sobre a transformação de dois seres humanos: Um Si Fu e um To Dai.
Conheci meu Si Fu em Abril de 1999, comecei a praticar com ele em Setembro e apenas em Outubro deu-se meu início formal. Porém, foi apenas em 2007[foto] que realizei o “Baai Si”[拜師]. Na ocasião, estava de pé minha apresentadora, a Mestra Ursula Lima, e sentado meu Si Fu Julio Camacho.
Você então coloca suas duas mãos no solo e a cabeça também. Sobre “estar de joelhos”, não é bem assim. É como se voce quisesse tocar as pernas no chão, para tal, você precisaria deitar-se de bruços. Então voce apenas toca os joelhos, representando os membros inferiores. Geralmente, essa reverencia é realizada de fronte ao Si Fu. O Si Fu permanece sentado, com isso, a distancia dele para o discipulando, não fica tão grande quanto se estivesse de pé.
Acontece, que como um dispositivo de segurança, o Patriaca Moy Yat orientou o Grão-Mestre Leo Imamura, meu Si Gung. Que esse gesto fosse feito diante da mesa ancestral. É como se de certa forma, a responsabilidade para com o discipulo não fosse mais apenas do Si Fu, mas de toda a ancestralidade.
I met my Si Fu in April 1999, I started practicing with him in September and only in October did my formal start. However, it was only in 2007[photo] that I performed “Baai Si”[拜師]. At the time, my introducer, Master Ursula Lima, was standing and my Si Fu Julio Camacho was sitting.
You then place both your hands on the ground and your head as well. About "being on your knees", not quite like that. It's like if you wanted to touch your legs to the ground, for that, you would need to lie face down. So you just touch the knees, representing the lower limbs. Generally, this reverence is performed in front of Si Fu. The Si Fu remains seated, with that, his distance to the student is not as great as if he were standing.
It turns out that, as a safety device, Patriarch Moy Yat guided Grand Master Leo Imamura, my Si Gung. That this gesture was made before the ancestral table. It's as if, in a way, the responsibility towards the disciple was no longer just Si Fu's, but or the entire ancestry too.
Eu me orgulho muito da minha lealdade com meu Si Fu[FOTO], mas naquele Maio de 2007, eu não sabia o quanto eu desafiaria sua paciência em diferentes cenários e momentos. Por saber que o discípulo não é alguém “inconveniente” , e que apenas “está sendo inconveniente”, como parte do seu processo de desenvolvimento. O Si Fu não confunde sua pessoa com sua função, e não leva disparates para o lado pessoal. Para tal, no momento do “Baai Si”[拜師], tem muito mais coisa em jogo do que cada gesto dos procedimentos. Apenas o Si Fu naquele momento, tem uma ideia do trabalho que terá para com o discípulo que chega. Não interessa quantos discípulos você tenha, cada pessoa que chega, ao ter contato com o Si Fu, viverá uma história completamente diferente. Por isso também, se comparar com alguém dentro da Família Kung Fu, é sempre besteira. Afinal, a relação é de um para um, independente de quantos discípulos um Si Fu tenha. Por isso também, ele precisa estar atento a sua capacidade de acolher uma determinada quantidade de discípulos.
Eu sou o discípulo nº2, e me orgulho muito desse número. Não queria ser o número 1. Dá muito trabalho[risos].
I am very proud of my loyalty to my Si Fu[PHOTO], but in that May of 2007, I didn't know how much I would challenge his patience in different scenarios and moments. For knowing that the disciple is not someone “inconvenient”, and that he is just “being inconvenient”, as part of his development process. Si Fu does not confuse his person with his function as a mentor , and does not take nonsense personally. To this end, at the moment of “Baai Si”[拜師], there is much more at stake than each gesture during the procedures . Only the Si Fu at that moment has an idea of the hardwork he will have with the incoming disciple. It doesn't matter how many disciples you have, each person who arrives, having contact with Si Fu, will live a completely different story. So too, comparing yourself to someone within the Kung Fu Family is always bullshit. After all, the relationship is one to one, regardless of how many disciples a Si Fu has. For this reason, he also needs to be aware of his ability to receive a certain number of disciples.
I am the disciple #2 of my Si Fu, and I'm very proud of that number. I didn't want to be number 1. It's a lot of work [laughs].
Então, talvez por isso meu Si Gung diga que uma relação entre Si Fu e To Dai é contada por décadas, e não por meses ou anos.
My Si Fu once said that the main difference in how a turtle deals with food compared to a human being is our ability to assign symbols. With that, we can eat an incredible Lasagna just to satisfy our hunger, or use the lasagna as an excuse for a romantic or business dinner. According to him, a Ceremony has the weight that we are able to attribute to its symbol. Many times, we will not be mature enough to appreciate the importance of the step we decided to take when doing the “Baai Si”[拜師], so we will need to “re-step” this ground many more times. To this end, a relationship that runs through our entire lives, allows good and bad times to be just clippings of a much larger story about the transformation of two human beings: A Si Fu and a To Dai.
So maybe that's why my Si Gung says that a relationship between Si Fu and To Dai is told for decades, not for months or years.
Um dia eu me tornei um “Si Fu”, e a partir desse momento, precisei lidar com toda a falta de entendimento que eu me permiti ter ou que nem tinha consciência de que eu tinha. Quando se é um “Si Fu”, qualquer ação nossa por mais que vise “melhorar algo que na nossa visão não deveria ser assim”, pode acabar por comprometer toda a nossa descendência por ininterruptas gerações. E como muitas vezes enxergamos pouco ou só enxergamos o que queremos, subestimamos nossa capacidade de fazer estrago. Por isso também, você passa a ter um desafio ainda maior para continuar sendo um discípulo e ser um Si Fu com discípulos. Decidir por exemplo, realizar ou não o “Baai Si” em sua Família Kung Fu, é uma decisão que cabe a um desejo seu ou a sua capacidade de enxergar desdobramentos desta decisão?
As vezes nosso Si Fu faz uma demonstração quase mágica com um ordenamento de técnicas que nos faz por três segundos voltarmos a ser o novato que um dia fomos.- “Ei!Quantos anos eu precisaria para chegar a esse entendimento técnico sozinho?” - Voce pode se perguntar. Porém, porque muitas vezes não pensamos assim em termos de Linhagem?
Quando percebi que não importa o que nos aconteça no círculo marcial, em algum momento algo similar aconteceu em nossa Linhagem. Caso a mesma seja forte, você pode aprender com ela. Nesse momento, eu entendi que não bastava sentir orgulho de fazer parte dela ou de dizer que eu a representava. Eu precisava começar a fazer uso dela..
Continua...
One day I became a "Si Fu", and from that moment on, I had to deal with all the lack of understanding that I allowed myself to have or that I wasn't even aware that I had. When you are a "Si Fu", any action of ours, however much it aims to "improve something that in our view should not be like that", can end up compromising all our descendants for uninterrupted generations. And as we often see little or only see what we want, we underestimate our ability to do damage in our lineage. For that reason, you now have an even greater challenge to remain a disciple and be a Si Fu with disciples. Deciding, for example, whether or not to perform “Baai Si” in your Kung Fu Family, is it a decision that is up to your desire or your ability to see the consequences of this decision?
Sometimes our Si Fu makes an almost magical demonstration with an array of techniques that make us, for three seconds, go back to being the beginner we once were. - "Hey! How many years would I need to reach this technical understanding alone?" - You may wonder. But why don't we often think this way in terms of Lineage?
When I realized that no matter what happens to us in the martial circle, at some point something similar happened in our Lineage, if it is a strong Lineage, you can learn from it. At that moment, I understood that it was not enough to be proud to be part of it or to say that I represented it. I needed to start using it...
To be continued...
Para quem quiser saber mais e entende o português do Brasil, pode acompanhar o episódio do meu PODCAST, no qual trato com meus irmãos Kung Fu, sobre Genealogia.
For those who want to know more and understand Brazilian Portuguese, you can follow the episode of my PODCAST, in which I talk with my Kung Fu brothers, about Genealogy.