segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

KUNG FU LIFE WITH MY MASTER JULIO CAMACHO AFTER A YEAR

 

Não é que eu não tenha tido nenhuma vivencia com meu Mestre desde 29 de Janeiro. Acontece que um dia depois de seu retorno, nos foi possível passarmos um tempo juntos presencialmente e não mais remotamente através do ZOOM, Skype ou outra ferramenta videoconferência.
A própria maneira que essas horas que passamos juntos se deu, foi bem interessante. Estava com alguns de meus alunos e minha aluna Caroline Archanjo que mora no Mo Gun avisou-me que o Si Fu queria falar comigo. Foi então que percebi que ele havia me enviado uma série de mensagens e eu não tinha percebido. Nos falamos então rapidamente por telefone, e fui até seu encontro...
Foi como fazer um tour por alguns lugares que costumávamos nos encontrar. Visitamos até mesmo o Barra Garden rapidamente, e lembramos brevemente da Paula Gama quando decidíamos onde colocar o carro. 
Si Fu“[師父] é um termo que não tem paralelos em nosso idioma. Usamos este termo do dialeto cantonês, para nos referirmos ao líder do que se conhece por “Família Kung Fu“ [ou “Si Mun“ 師門 em cantonês]. Eu por outro lado, gosto de focar mais no ideograma que o compõe: “Fu“[Que significa “Pai“]. Afinal, minha relação com meu “Si Fu“[師父] Julio Camacho, já transcendeu o que eu conseguiria expressar em palavras há muito tempo. Talvez, uma fala do “Si Fu“[師父] de meu “Si Fu“[師父], o Grão-Mestre Leo Imamura. Possa elucidar um pouco melhor: “...Meus pais me deram meus valores, mas foi meu Si Fu[師父] quem me ensinou a defende-los...“. - Legal, né?
Viajando de carro com Si Fu desde o Recreio até a Tijuca, cruzando as subidas e descidas e as direitas e esquerdas, da misteriosa Estrada das Canoas. Conversamos de maneira bem especial sobre como tem sido para ele começar uma vida do zero em um novo país. Ele citou por exemplo, a perspectiva de que começa sua vida nos EUA com menos do que um recém-nascido. Ele me levou a refletir, que documentos simples que um bebe tem ao nascer, ele precisou buscar ao chegar. Além disso, chamou-me a atenção o novo olhar de Si Fu a lugares de nossa cidade. - “...Quero muito ter voces lá comigo...Dentre outras coisas, para 'subir a régua' também, sabe? “- Indagou-me ele olhando pela janela do carro, parecendo já visualizar esse momento e seus possíveis desdobramentos. 
Enquanto conversávamos, não me sentia ansioso por entrar em temas pendentes. Parecia que nem tínhamos passado tantos meses longe. É um sentimento bem especial...
Já na Estrada das Canoas, Si Fu compartilhou comigo seu profundo entendimento sobre o uso de Certificados em nosso Clã... Foram vários minutos com ele explicando-me de maneira quase que didática, sobre cada aspecto relacionado ao compromisso vitalício e o uso de certificados nesses casos. 
Quando chegamos a Tijuca, ele falou de sua filha mais velha Jade. Ele contou animado sobre o carro que havia comprado para ela, como isso se deu, e sobre a perspectiva de voltar com ela dirigindo até o Recreio. Naquele momento, lembrei-me do meu pai. Em vários momentos em que nossa relação ficava tensa, eu conversava com Si Fu. E apesar de tantas conversas, de todas a fala dele que mais me marcou foi: “...Um Si Fu é treinado para ser Si Fu. Um pai não recebe treinamento para ser pai... Você precisa ser mais compreensível com seu pai...“ - Si Fu então ilustrou seu raciocínio com uma anedota: “... Tinha um médico com aquelas motos da Harley-Davidson... Ele levou a uma oficina bem daquelas pobrezinhas e o mecânico quando estava quase consertando a moto disse ao médico: 'Você vê né Doutor... Essa moto aqui vale milhares de Reais e eu coloquei ela pra funcionar mesmo sem ter estudado para isso. O senhor estudou, 'conserta' as pessoas e ganha muito mais do que eu...A vida é injusta...- O médico refletiu por um momento e respondeu - ' Você esta comparando uma moto a um ser humano? Tudo bem. Nesse caso, quando voce conseguir consertar uma Harley-Davidson com ela funcionando sem deixar ela desligar...Voce conversa comigo...' - Si Fu riu e concluiu: “...Um pai aprende durante...Um Si Fu aprende antes e durante...
Quando estacionamos, Si Fu me convidou a ir até uma padaria que fica embaixo do prédio onde suas filhas vivem basicamente. Aquele gesto me tocou muito, pois mesmo sem estar com suas filhas por tanto tempo, Si Fu pediu que esperassem um pouco mais terminar a conversa comigo enquanto tomávamos café. Si Fu conversou comigo sobre temas muito especiais que levarei comigo para sempre. Ele me trouxe uma nova perspectiva sobre “Valores pessoais“.
Voltei para casa comendo um sanduiche de presunto e com um sentimento muito especial em relação ao desenvolvimento humano de meu Si Fu ao ter tomado contato em como ele está lidando com certos temas do cotidiano e inerentes as nossas vidas. Percebi que sempre existem outros degraus para subir nessa jornada de ser algum alinhado no que se refere a relação entre nossas ações e nossos valores pessoais. 

It's not that I haven't had any experience with my Master since January 29th. It turns out that one day after his return, it was possible for us to spend time together in person and no longer remotely through ZOOM, Skype or another video conferencing tool.
The very way that these hours we spent together was very interesting. I was with some of my students and my student Caroline Archanjo who lives at Mo Gun told me that Si Fu wanted to talk to me. It was then that I realized that he had sent me a series of messages and I hadn't noticed. We then spoke quickly on the phone, and I went to meet him ...
It was like taking a tour of some places we used to meet. We even visited Barra Garden Mall quickly, and briefly remembered Paula Gama when we decided where to put the car.
“Si Fu“ [師父] is a term that has no parallel in our western languages. We use this term from the Cantonese dialect, to refer to the leader of what is known as the "Kung Fu Family" [or "Si Mun" 師 門 in Cantonese]. I, on the other hand, like to focus more on the ideogram that composes it: "Fu" [Which means "Father"]. After all, my relationship with my “Si Fu“ [師父] Julio Camacho, has already transcended what I could express in words a long time ago. Perhaps, a speech from the “Si Fu“ [師父] of my “Si Fu“ [師父], Grand Master Leo Imamura. Could elucidate a little better: "... My parents gave me my values, but it was my Si Fu [師父] who taught me to defend them ...". - Cool huh?
Traveling by car with Si Fu from Recreio[West zone] to Tijuca[North Zone], crossing the ascents and descents and the rights and lefts, of the mysterious Canoas Road. We talked in a very special way about what it's been like for him to start life from scratch in a new country. He cited, for example, the prospect that he begins his life in the United States with less than a newborn. He led me to reflect, what simple documents a baby has at birth, he had to look for when he arrived. In addition, Si Fu's new look at places in our city caught my attention. - "... I really want to have you there with me ... Among other things, to 'raise the bars' too, you know? “- He asked me looking out the car window, seeming to already visualize that moment and its possible good consequences.
As we talked, I did not feel anxious to get into pending issues. It felt like we hadn't even been away for so many months. It's a very special feeling ...
On the Canoas Road, Si Fu shared with me his deep understanding of the use of Certificates in our Clan ... He spent several minutes with me explaining to me in an almost didactic way, about every aspect related to lifetime commitment and the use of certificates in such cases.
When we arrived in Tijuca, he talked about his eldest daughter Jade. He said excitedly about the car he had bought for her, how it happened, and about the prospect of driving back to Recreio with her on the wheel. At that moment, I remembered my father. At various times when our relationship became tense, I talked to Si Fu. And in spite of so many conversations, of all his speeches that most marked me was: “... A Si Fu is trained to be Si Fu. A father is not trained to be a father ... You need to be more understandable with your father ... "- Si Fu then illustrated his words with an anecdote:" ... There was a doctor with those Harley-Davidson bikes. He took it to a workshop like those very simple ones and the mechanic when he was almost fixing the bike said to the doctor: 'You see, Doctor ... This bike is worth thousands of Reais[brazilian currency] and I put it to work even without having studied for it. You studied, how to 'fix' people and earn a lot more than me ... Life is unfair ...- The doctor reflected for a moment and replied - 'Are you comparing a motorcycle to a human being? It's all right. In that case, when you can fix a Harley-Davidson with it running without letting it hang ... You talk to me ... '- Si Fu laughed and concluded: “... A father learns during parenting ... 
When we parked, Si Fu invited me to go to a bakery that is under the building where his daughters basically live. That gesture touched me a lot, because even without being with his daughters for so long, Si Fu asked them to wait a little longer to finish the conversation with me while we were having coffee. Si Fu talked to me about very special topics that I will take with me forever. It brought me a new perspective on "Personal values".
I came home eating a ham sandwich and with a very special feeling towards the human development of my Si Fu when I got in touch with how he is dealing with certain themes of everyday life and inherent in our lives. I realized that there are always other steps to climb on this journey of being aligned in what concerns the relationship between our actions and our personal values.



The Disciple of Master Julio Camacho
Thiago Pereira  “Moy Fat Lei 
moyfatlei.myvt@gmail.com