quinta-feira, 25 de abril de 2019

O importante papel das artes marciais contra o "BULLYING"

Para quem não sabe, no dia 7 de Maio, foi lançado pela AMAZON, um livro ilustrado infantil baseado no filme "Karate Kid" de 1984. A ilustração acima é desse livro de Kim Smith.
Por conta de estar acompanhando o novo seriado que dá continuidade ao clássico de 1984, tomei contato com essa imagem promovendo o livro. Curiosamente, a expressão do personagem Daniel LaRusso na ilustração, ao se perceber cercado pelos membros da escola de Karate chamada "Cobra Kai", me tocou profundamente.
Passei alguns minutos olhando essa cena, e um filme me veio à cabeça:Não o filme "Karate Kid" e sim, um filme da minha própria vida.E acredito, que da vida de muitos outros jovens que neste exato momento sofrem "bullying" todos os dias.
A expressão de Daniel LaRusso em quase todas as imagens divulgadas pelo livro, são de completo desamparo. Já que na história original do filme, ele é o garoto novo de uma escola, que se vê atormentado por Johnny Lawrence e seus companheiro praticantes de Karate.
(Foto minha tirada em 1997, poucos momentos antes de ir para mais um
difícil dia de aula no auge dos problemas que enfrentava em minha classe).

Em 1997 era difícil quando chegava o Domingo, pois sabia que no dia seguinte precisaria estar naquela sala de aula e tentar de alguma maneira "sobreviver". É difícil explicar porque o Bullying se inicia. Pode ser por alguma mancada que você deu em público e que marca você por todo o ano letivo, ou por alguma característica física(o que é mais comum). Essa característica, acaba se tornando um problema sério para o aluno.
(O semblante que carreguei durante todo o ano de 1997 e parte de 1998)

Talvez a expressão de Daniel LaRusso nas ilustrações tenham me tocado tanto, pois era exatamente a expressão que carregava comigo em todo aquele ano: Uma expressão de desamparo.
Por alguma razão que não consigo explicar, não cogitei em nenhum momento comentar com meus pais o que estava passando, e fui aguentando aquelas agressões verbais e físicas por todo o ano. Isso acabou me gerando alguns problemas de saúde. Pois além de viver com medo, a pessoa que sofre bullying vive isolada, já que ninguém quer se associar a este aluno, tendo em vista que poderá virar um alvo também. E algumas pessoas aleatórias na sala de aula inclusive farão coro com os agressores, apenas para que estas agressões não virem para elas em algum momento.
Nas ilustrações do livro, a expressão de Daniel LaRusso começa a mudar quando através de um processo lúdico e vivencial com o Sr Miyagi, que passa a ser seu Mestre de Karate. Ele começa a ganhar cada vez mais confiança, pois já não se sente tão sozinho e o próprio aprendizado de uma arte marcial somado à relação com seu mentor, lhe dá coragem para viver uma vida com mais qualidade.
Só encontrei meu Mestre Julio Camacho(foto) em 1999 aos 15 anos de idade. Dali em diante, nunca mais fui abordado por ninguém. Fosse na escola ou na rua, todos me tratavam agora com respeito. Algo em mim mudava a cada dia graças ao aprendizado desta arte marcial chinesa chamada Ving Tsun que aprendia com meu Mestre.
Também através de um processo vivencial ao qual chamamos "Vida Kung Fu", meu Mestre me ensina ao longo de vinte anos, sobre como olhar para questões do cotidiano sob uma perspectiva estratégica, tão comum ao praticante de Kung Fu.
O livro termina da mesma forma que o filme de 1984: Com Daniel-San enfrentando seu antigo "bully" Johnny Lawrence, na final do campeonato de Karate de All Valley. Daniel acaba se tornando campeão, e ganha o respeito dos outros garotos.
(Eu e meu Mestre quando ganhei uma vestimenta chinesa de uma companheira 
de prática, por ocasião de meu aniversário em 2006)

Diferente de um filme como "Karate Kid", não resolvemos todos os nossos problemas na base do soco e do chute. O Ving Tsun, considerado por muitos "A arte marcial para a luta do dia a dia", fala de se aprender a arte de lutar sem lutar. Pois entendemos que nossos maiores adversários ao longo da vida, serão situações as quais não podemos "golpear".
Podemos pensar em que tipo de informação estamos dando, seja ao adentrarmos uma sala de aula no primeiro dia do ano ou seja no nosso novo emprego. Que vai gerar nos presentes o pensamento de que podem nos desrespeitar. Ou quem sabe, quando somos assaltados: Por que o bandido nos escolheu?
(Já como profissional e Mestre de Ving Tsun em 2017,
falo em público observado por meu Mestre Julio Camacho e seu Mestre Leo Imamura)

Em 2007 comecei a me tornar profissional desta arte marcial que me salvou, e procuro criar cenários onde pessoas que também precisam ganhar a confiança necessária para se resignificarem como seres humanos, possam se desenvolver. Assim como meu Mestre fez e ainda faz por mim.
Acredito, no papel fundamental que as artes marciais e a convivência com ele tiveram em minha vida a partir destes episódios de "Bullying" extremamente pesados.
E hoje que o Ving Tsun Kung Fu se tornou um sonho que vivo diariamente, cito a famosa frase de meu Mestre: "Você nunca vai saber porque dedicou tanto tempo de sua vida a um sonho, até o dia em que este sonho salvar a sua vida."
Você pode praticar o Ving Tsun de Mestre Julio Camacho na Barra da Tijuca, Ipanema e Méier!
Ligue e agende uma visita e aula experimental em um dos nossos Núcleos!



O aluno de Mestre Julio Camacho,
Thiago Pereira.
moyfatlei.myvt@gmail.com