Existe uma diferença grande entre uma modalidade de luta, e um Sistema que porta o potencial de levar o praticante a uma melhor compreensão sobre quem ele é, e sua conduta no mundo em que vive. Sua tomada de consciência não se dá por um estado meditativo em posição estacionária com toda a ambiência sem perturbações, ou através da fala de alguém. Esse processo se dá por um cultivo advindo da dedicação. O que ocorre, é que por vezes temos práticas precárias, executadas muito bem, por pessoas extremamente habilidosas. Por outro lado, este tipo de cenário nos proporciona a reflexão sobre o quanto estamos nos dedicando com afinco a explorar aquilo que estamos tendo acesso. Pois caso contrário, seremos praticantes medíocres diante de um Sistema excelente como o Ving Tsun.
Costumo pensar que não há nada que um praticante possa viver em sua jornada, que algum ancestral de sua árvore genealógica, vivo ou morto, já não tenha vivenciado.
There is a big difference between a fighting modality, and a System that has the potential to lead the practitioner to a better understanding of who he is, and his conduct in the world in which he lives. Your awareness does not come from a meditative state in a stationary position with all the undisturbed ambience, or through someone's speech. This process takes place through a cultivation resulting from dedication. What happens is that sometimes we have precarious practices, performed very well, by extremely skilled people. On the other hand, this type of scenario allows us to reflect on how hard we are dedicating ourselves to exploring what we are having access to. Otherwise, we will be mediocre practitioners before an excellent system like Ving Tsun.
I tend to think that there is nothing that a practitioner can experience on their journey, that some ancestor of their family tree, living or dead, has not already experienced.
A pergunta que alguém desatento pode vir a fazer é: “Como o Estudo da minha Linhagem, pode me ajudar a ser um lutador melhor?”.
Estou participando[mais uma vez], de um Estudo Genealógico com o Grão Mestre Leo Imamura, meu Si Gung. E não é qualquer estudo... É um estudo de nível básico. Muita gente associa minhas participações constantes nesse tipo de atividade, com meu gosto pessoal por Genalogia... De fato, esse ano completo treze anos que não jogo futebol como lazer. O que era para ser um momento para aliviar o estresse da semana, passou a ser uma atividade com uma competição tão exacerbada, que acabava por conter inclusive xingamentos. Achei que ganharia mais, fazendo duas coisas que gosto: Me envolver mais com atividades da Família Kung Fu nos finais de semana, e sair para patinar ouvindo uma boa música.
Apesar disso, como profissional, sempre vi a necessidade de avançar em busca de mais conhecimento a fim de me municiar e ter melhores condições de abordar, compartilhar e orientar meus alunos, com mais eficiência. Nesse processo, muitas dúvidas conceituais que um aluno me trouxe, pude responder baseando-me no que havia escutado a respeito dos ancestrais. Ao citar o que entendi de determinado acontecimento, que coincidia com a situação, o aluno percebia que havia algo maior do que eu que embasava o que dizia.
The question that someone inattentive might ask is: “How can the Study of my Lineage help me to be a better fighter?”.
I am participating [once again] in a Genealogical Study with Grand Master Leo Imamura, my Si Gung. And it's not just any study... It's a basic level study. Many people associate my constant participation in this type of activity with my personal taste for genealogy... In fact, this year marks the thirteenth year that I haven't played soccer as a leisure activity. What was supposed to be a moment to relieve the stress of the week, became an activity with such exacerbated competition that it ended up containing even cursing. I thought I would earn more by doing two things I like: Getting more involved with Kung Fu Family activities on the weekends, and going out roller-skating listening to good music.
Despite this, as a professional, I have always seen the need to advance in search of more knowledge in order to equip myself with better conditions to approach, share and guide my students more efficiently. In this process, many conceptual doubts that a student brought me, I was able to answer based on what I had heard about the ancestors. When citing what I understood of a certain event, which coincided with the situation, the student realized that there was something greater than me that supported what he said.
Muita gente achava que o grupo “Commodores” estava acabado depois da saída de Lionel Richie em 1982. Acontece que três anos depois eles lançaram uma canção maravilhosamente bem produzida e executada chamada “Nighshift”. Dez anos antes, Bruce Springsteen pediu para regravar uma das canções de seu novo disco por 289 vezes para seu lendário álbum “Born To Run” de 1975. Consegue imaginar o nível de excelência que ele estava buscando? Apesar disso no ano passado, 40 anos após Lionel Richie deixar os Commodores, o super exigente Springsteen regravou a canção “Nightshift”.
Com esse tipo de exemplo, entendo que devemos sempre buscar a excelência em tudo o que fazemos e nos mantermos próximos de pessoas que estão nessa mesma busca. Desta maneira, outras pessoas que buscam esse estado de excelência poderão reconhece-la em nós também, assim como Springsteen a reconheceu na canção dos Commodores de 1985. Portanto, independente da nossa antiguidade e dos nossos títulos, é fundamental que continuemos estudando o Sistema Ving Tsun.
Eu achava que minha intenção de sempre estar em todos os seminários possíveis, era uma questão de insegurança com o que era capaz de fazer, mas ouvi de Si Gung nos últimos meses sobre a importância de se buscar uma “rede de apoio” para que o conhecimento chegue até nós. Com isso, não limitamos nossos descendentes apenas ao que sabemos, mas usamos outras mentes poderosas, para agregar nesse processo.
Many people thought that the "Commodores" group was finished after Lionel Richie left in 1982. It turns out that three years later they released a wonderfully produced and performed song called "Nighshift". Ten years earlier, Bruce Springsteen asked to record one of his song 289 times for his legendary 1975 album “Born To Run”. Can you imagine the level of excellence he was aiming for? Yet last year, 40 years after Lionel Richie left the Commodores, Springsteen covered the song "Nightshift."
With this kind of example, I understand that we must always seek excellence in everything we do and stay close to people who are in that same search. In this way, other people who seek this state of excellence will be able to recognize it in us too, just as Springsteen recognized it in the Commodores song of 1985. Therefore, regardless of our seniority and our titles, it is essential that we continue to study the Ving System Tsun.
I thought that my intention to always be in all possible seminars was a matter of insecurity with what I was capable of doing, but I heard from Si Gung in recent months about the importance of seeking a "support network" so that the knowledge come to us. With that, we don't limit our descendants only to what we know, but we use other powerful minds to add to this process.
Tem sido uma experiência muito recompensadora fazer parte desses grupos de estudo do Programa Moy Yat Ving Tsun desde a época do Lockdown. Todos tem sido muito pacientes com minhas dúvidas, principalmente o Si Gung. Existe um ambiente de respeito muito grande - “...Temos aqui o Mestre Pereira com a 'mão levantada' . Pois não, Mestre Pereira. Boa noite!” - Costuma dizer Si Gung nesses encontros por ZOOM. Nessas horas eu lembro do Si Fu: Certa vez, sem saber como conduzir uma conversa muito séria com um aluno bem mais velho do que eu, ele teria dito: “Trate-o como adulto e trate-se como adulto”. - Então mesmo o Si Gung tendo me conhecido com 14 para 15 anos de idade, ser chamado de “Mestre Pereira”, me lembra sempre da importância de tratar a mim mesmo como um adulto. E um adulto que é profissional, nunca para de estudar.
It has been a very rewarding experience to be part of these Moy Yat Ving Tsun Program study groups since the time of the Lockdown. Everyone has been very patient with my doubts, especially Si Gung. There is an atmosphere of great respect - “...We have Master Pereira here with his 'hand raised'. So, Master Pereira. Goodnight!" -Si Gung usually says in these ZOOM meetings. At these times I remember Si Fu: Once, not knowing how to conduct a very serious conversation with a student much older than me, he would have said: "Treat him like an adult and treat yourself like an adult". - So even though Si Gung met me when I was 14 to 15 years old, being called as “Master Pereira”, always reminds me of the importance of treating myself like an adult. And an adult who is a professional never stops studying.
A Disciple of Master Julio Camacho
Thiago Pereira "Moy Fat Lei"
Thiago Pereira "Moy Fat Lei"
moyfatlei.myvt@gmail.com.