sábado, 30 de maio de 2020

GRANDMASTER LEO IMAMURA ON TRIP MAGAZINE



Ja fazia um tempo que eu queria postar esse artigo do Si Gung que saiu na revista TRIP ha um certo tempo, mas sempre esquecia.
Agora finalmente esta no ar!

Para quem não leu aproveite!

Has been some time since I decided to put this article of TRIP MAGAZINE about Moy Yat Ving Tsun on line, but I've always forgotten. Now finally you can read this.
I hope you like it!



(para visualizar a pagina, clique sobre a foto)
(to take a better look on the image, click on it)
The intro of the article says: "CORPORAL LANGUAGE: This man is Leo Imamura, Master of Ving Tsun. What? Ving Tsun, one of the techiniques that is part of the Kung Fu. Ving Tsun: the fight to not have to fight. Ving Tsun: The art that takes from the simple effort a basis for mental and physical health. Ving Tsun, nice to meet you!"

By Pyr Marcondes
photos Marcelo Naddeo

Foi porque o corpo da mulher não aguenta porrada como o do homem que uma chinesa chamada Yim Ving Tsun desenvolveu, cerca de 400 anos atrás, um sistema de combate marcial de alta excelência, em que a grande porrada é deixar quieto. A maior vitória que você pode impor ao seu inimigo é não combater com ele.

O sistema ganhou o nome da sua fundadora e o Ving Tsun se disseminou, primeiro na China, depois no mundo, como a arte da feminilização da guerra. Mais que isso, como um poderoso recurso para o desenvolvimento humano. Seu mais famoso praticante foi Bruce Lee (ver box), mas um de seus mais relevantes difusores contemporâneos, referência internacional, é um palmeirense — Leo Imamura, um brasileiro descendente de japoneses, que prega que “nosso corpo somos nós. Nossa experiência de mundo se dá através dele. Tire-nos os cinco sentidos e o mundo desaparece diante de nós”. Justo.

Mestre Leo Imamura foi morar em Nova York nos anos 80 para aprender do grão-mestre Moy Yat, responsável pela introdução do Ving Tsun de alta excelência no Ocidente, tudo o que sabe hoje. De volta ao Brasil, montou uma das maiores comunidades internacionais de Ving Tsun, a Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence, com unidades em várias cidades brasileiras, além de Buenos Aires e Miami (wwwl.myvt.com.br).

De seu tutor, recebeu o título de mestre sênior — só existem 13 no mundo — dessa especialidade do kung fu, que, mesmo tendo nascido como técnica de guerra, não prega a luta. As aulas são individuais, podendo ter até três orientadores por aluno. O contato físico é obviamente inevitável, pois o sistema usa da força do outro praticante, ou ao do inimigo, a seu favor.

Mestre Leo tem bode dos exageros praticados hoje nas academias em nome da cultura do corpo e da falta total de uso da mente e da emoção em certas técnicas ocidentais de trabalho corporal. “Todas essas técnicas ensinam que, se repetirmos intensamente determinados movimentos e modelos, atingiremos a perfeição. Mas nem sempre é assim. O Zico perdeu o pênalti na Copa do México, diante da França, não porque seu corpo não estivesse altamente treinado para bater pênaltis, mas pela sua emoção naquele momento. Outro exemplo. O gesto para andar sobre uma tábua de madeira de 100 metros de comprimento colocada no chão é o mesmo que para atravessá-la sobre um precipício, a centenas de metros de altura. No entanto, a primeira você atravessa fácil, a segunda, provavelmente, nunca. Uma vez mais, essa dificuldade é emocional.”
E complementa: “Os movimentos do nosso corpo reproduzem o dinamismo do Universo, que não é repetitivo. Assim, um movimento nunca é igual a outro. Prefiro a lógica oriental, que relaciona o corpo com o fluxo natural das coisas, em permanente mutação. O Ving Tsun é sistematizado não através de modelos fixos, mas através da variação, que incorpora a mudança como princípio. É a busca do desenvolvimento humano, integrando mente e corpo, através de ajustes à dinâmica permanente do Universo”.


It was because the woman's body can not take the beating like a Chinese man that a girl named Yim Ving Tsun has developed over 400 years ago, a system of martial combat of high excellence that the great beating movement is leaving quiet.
The greatest victory that you can impose to your enemy is not fighting with him. The system got its name from its founder and ving tsun spread, first in China, then around the world, as the art of feminization of the war. More than that, as a powerful resource for human development. His most famous practitioner is Bruce Lee (see box), but one of its most important contemporary broadcasters, an international benchmark, is a Palmeiras soccer team afficyioned - Leo Imamura, a Brazilian of Japanese descent, who preaches that "our bodies are us. Our experience of the world is through it. Get from us the five senses and the world disappears in front of us." Just.

Master Leo Imamura moved to New York in the 80`s to learn from Grand Master Moy Yat, responsible for introducing the ving tsun of high excellence in the West, everything he knows today. Back in Brazil, set up one of the largest international communities of ving tsun, the Moy Yat Ving Martial Intelligence, with branches in several Brazilian cities, as well as Buenos Aires and Miami (www.myvt.com.br).
From his Master received the title of senior master - there are only 13 in the world - expertise that kung fu, that even having been born as a technique of war, does not preach the fight. Classes are individual and can have up to three instructors per student.
Physical contact is obviously inevitable, because the system uses the strength of the other practitioner, or the enemy in his favor. Mestre Leo dont like the exaggerations in gyms today on behalf of the culture of the body and overall lack of use in mind and emotion in certain Western techniques of body work.

"All of these techniques teach that if we repeat certain movements closely and models, we will reach perfection. But not always. Zico missed a penalty in the World Cup in Mexico against France, not because his body had not been trained in kick a ball during a penalty, but by his emotion at that moment. Another example. The gesture to walk on a wooden plank of 100 feet long placed on the floor is like to cross it on a cliff hundreds of feet high. However, first you go easy, the second, probably never. Again, this difficulty is emotional. "And adds:" The movements of our body reproduce the dynamics of the universe, which is not repetitive. Thus, a movement is never equal to another. I prefer the oriental logic, which links the body with the natural flow of things, constantly changing. The ving tsun is not systematic across models fixed, but by the change, which incorporates the change as a principle. It is the pursuit of human development, integrating mind and body, through adjustments to the ongoing dynamics of the Universe.


NA VIDA REAL...
Tudo isso é bonito mas inútil, se não puder ser prático. Que valor teria, afinal, uma arte marcial que, num mundo violento, prega a não-violência?
Parte da resposta pode estar num conceito inédito, mesmo dentro do ving tsun, criado por mestre Leo, que recebeu o nome de inteligência marcial. Traduzindo: capacidade de utilização da inteligência estratégica, a partir da experiência do combate simbólico, para potencializar a eficiência das ações pessoais. Mais importante que a técnica é desenvolver a percepção de antecipar a ação do adversário, e, para isso, é preciso aceitar o movimento do outro e integrá-lo ao seu próprio corpo até que passam a ser um só. A ponte usada para unir os corpos leva o nome de “Kiu”.
O ving tsun refina as pessoas, desenvolvendo sua capacidade de interpretar, coerentemente, a sempre dinâmica realidade, tornando-as mais equilibradas, seguras e preparadas para a vida contemporânea. Junto à família, aos amigos ou no ambiente profissional competitivo moderno. Ou, como o próprio mestre prefere situar, “nos primórdios da humanidade, o corpo entrava em stress diante do perigo de um bicho que corria na floresta atrás de você. Era um conjunto de atividades fisiológicas, como maior liberação de adrenalina, aumento da capacidade pulmonar, diminuição dos movimentos peristálticos, contração dos músculos do esfíncter para não liberar fezes... Tudo preparando o corpo para a melhoria de sua atividade física, numa situação extrema. Na vida moderna, você passa pela mesma síndrome, não diante do bicho, mas do chefe, do saldo negativo do banco, dos desafios da concorrência de mercado”. E então, mestre, não dá no mesmo? “Não. Há bilhões de anos, você corria feito um louco do bicho e queimava as toxinas produzidas pelo stress. Hoje, elas ficam lá, armazenadas, te envenenando. Isso provoca um estado negativo de alteração, típico da sociedade contemporânea. Daí você ver as pessoas ‘adrenadas’, irritadas etc., totalmente fora do seu eixo original.”
“Prefiro a lógica oriental que relaciona o corpo com o fluxo natural das coisas, em permanente mutação”


IN REAL LIFE ...
All this is pretty but useless, if not practical. What value would have, after all, a martial art that, in a violent world, preaches non-violence? Part of the answer may be a new concept, even within the ving tsun, created by Master Leo, who was named as martial intelligence . Translation: the ability to use strategic intelligence from the experience of symbolic combat , to maximize the effectiveness of personal actions. More important than the technique is to develop the perception to anticipate the action of the opponent, and for this you have to accept the movement of the other and integrate it into his body until it become one. The bridge used to link the bodies carries the name of "Kiu".
The ving tsun refines people, developing their ability to interpret consistently, the ever dynamic reality, making them more balanced, secure and prepared for life today. Next to family, friends or the modern competitive business environment.
Or, as the master himself prefers place, "in the beggining of humanity, the body went into stress on the danger of an animal that ran into the forest behind you. It was a set of physiological activities, such as increased release of adrenaline, increased lung capacity, decreased peristalsis, contraction of the sphincter muscles not to release stool ...
All of preparing the body for the improvement of their physical activity, in an extreme situation. In modern life, you go through the same syndrome, not before the animal, but in front of your boss or the negative balance of the bank account, the challenges of market competition. "
But master, is not all the same?
"No. Billions of years ago, you ran like a crazy animal and burning the toxins produced by stress. Today, they are there, stored, poisoning you. This causes a negative state of change, typical of contemporary society. Then you see `adrenal' people , so angry., Totally out of their original axis. " "I prefer the logic that links the eastern body with the natural flow of things, constantly changing"

The tex on the page says: " BRUCE LEE,KUNG FU AND PHYSICAL: Bruce Lee was the most famous Ving Tsun practitioner in West.You can say that he was a kung fu master.But notice that Kung Fu is a term that claims all the chinese martial arts, also Ving Tsun. And it means something very interesting:A capacity to effort without physical force. The image that cinema did about Bruce Lee as a strong man, made de people think that his techniques were linked with physical strengh.
Bruce had to create new forms to train Ving Tsun cause in US he didnt have friends to practice with him.
In fact, Ving Tsun dont care about physical strengh to be practice . It understands that sweat is to make unecessary effort and build up your body is to make ir suffer without even reaching a better results as a human been.Sometimes you reach something totally different."



Para esse cenário adverso, mestre Leo sugere: “O corpo é a mais aperfeiçoada ferramenta que a natureza deu para aprendermos sobre a vida. O ving tsun atua nele. A técnica do combate simbólico, idealizada pelo ving tsun, propicia o uso do corpo de uma forma emblemática. Eleva você a um estado alterado de percepção que nenhuma outra técnica corporal atinge. Permite lampejos do que chamamos de experiências significativas. Essas experiências, ao contrário do que se possa supor, não são profundas, mas rasas. Colocam-nos diante das nossas essências básicas mais viscerais. Desde o dia em que o médico deu um tapinha no seu bumbum, na maternidade, você passou a desenvolver camadas e mais camadas que encobrem sua consciência. Sua verdadeira essência está atrás de todas elas. Um dos papéis do ving tsun é tirá-las uma a uma, para que você esteja em contato com seu eixo original permanentemente. É assim que algo que não é luta, mas que se utiliza de técnicas virtuais do combate marcial, conduz você ao mais raso de você mesmo, elevando-o como ser humano. Estamos em contato direto com nosso corpo 24 horas por dia. Por que não usá-lo para uma tomada de consciência de quem realmente somos?”.
O iniciante não precisa de nenhum conhecimento especial para se lançar à prática do ving tsun. O curso possui seis grandes etapas e dura até nove anos. Com o tempo, o praticante é levado a usar de sua intuição para desenvolver movimentos próprios, dentro de uma orientação. A independência é um dos objetivos dessa arte tão suave quanto madura. Boa viagem.

To this adverse scenario, master Leo suggests: "The body is the most refined tool that nature has gave us to learn about life. The ving tsun acts on it. The technique of symbolic fighting, created by the ving tsun, allows the use of the body in a emblematic way . Raises you an altered state of perception that no other body technique achieves. Allows glimpses of what we call meaningful experiences. These experiments, contrary to what people would assume, are not deep, but shallow. They put us in front of our basic essences more visceral. Since the day that the doctor slapped your butt in the hospital, you started to develop layers and layers that cover your consciousness. Its true essence is behind them all. One of the roles of ving tsun is take them one by one, so that you are in touch with their original axle permanently. That's something that is not fight, but that uses techniques of virtual martial combat,that leads you to the shallowest of yourself, taking it as a human being. We are in direct contact with our body 24 hours a day. Why not use it for an awareness of who we really are? ".
The beginner does not need any special knowledge to launch the practice of ving tsun. The course has six main stages and lasts up to nine years. Over time, the practitioner is led to use his intuition to develop proper motions within a guideline. Independence is one of the goals of this art as soft as ripe. Bon voyage.




AVISO DE LIVE : "O QUE É KUNG FU?"
LIVE w/ GM LEO: "WHAT IS KUNG FU?"

Grão Mestre Leo Imamura vai participar de uma live na próxima Sexta as 20:30h (horário de Brasília). Esta live será promovida pelo grupo "Kung Fu Brasil". Para participar, basta se inscrever no evento, que é gratuito, neste link: CLIQUE AQUI 


Grandmaster Leo Imamura will participate in a live next Friday at 20: 30h (Brasília time). This live will be promoted by the facebook group "Kung Fu Brasil". To participate, simply register for the event, which is free, at this link: CLICK HERE


THE DISCIPLE OF MASTER JULIO CAMACHO
Thiago Pereira "Moy Fat Lei"
moyfatlei.myvt@gmail.com

sexta-feira, 29 de maio de 2020

THE MARTIAL ARTS PROFESSIONAL BY GM LEO IMAMURA FROM MOY YAT LINEAGE

Hoje, o Inside Ving Tsun traz uma matéria com Si Gung para uma revista na qual ele fala sobre o que acha importante para atuar como profissional de artes marciais. Não é um passo-a-passo para se tornar bem sucedido, mas sim, detalhes importantes como: o que significa a palavra profissional,cobrança de valores,estrutura, etc...

Today, the Inside Ving Tsun brings an article by Si Gung for a magazine in which he talks about what he thinks is important to act as a professional in martial arts. There is no a step-by-step to become successful, but, important details like: what means the word professional , fees values, structure, etc ...

 A página vai colocar aqui os pontos que elencou mais importantes nesta entrevista muito importante sobre uma profissão muitas vezes vista de maneira inferior quando comparadas as mais comuns.
Para quem quiser ler a entrevista na integra, mande um email para : moyfatlei.myvt@Gmail.com, e eu envio os scans.

The page will put here the most important points listed out in this interview about a very important profession so often seen lower when compared to the most common professions. For those who want to read the interview in full, please email: moyfatlei.myvt@Gmail.com, and I send the scans.




OS BENEFÍCIOS DO PROFISSIONALISMO : REVISTA KIAI
por Mestre Leo Imamura

THE BENEFITIS OF PROFISSIONALISM : KIAI MAGAZINE
BY Master Leo Imamura


"...Uma profissão é uma atividade especializada, significando que é uma ocupação que se distingue das outras que não são,pois há uma diferença entre o profissional e o trabalhador não especializado(leigo). Está também implícita a idéia de emprego,pois é por meio deste que obtem-se o sustento, muito diferente das atividades de distração e interesse no tempo livre...  Além disso, a palavra profissional, também está ligada ao sentido de perfeição e dedicação intensa..."


"... A profession is a specialized activity, meaning it is an occupation that is distinguished from others that are not, because there is a difference between professional and unskilled worker (lay). It is also implied the idea of ​​employment, it is getting through this is a living, very different from activities and interest in distraction during  free time ... also, the word professional is also linked to the sense of perfection and intense dedication ... "




"...A habilidade física em si, não é suficiente para definir um profissional de artes marciais. É necessário que essa habilidade seja guiada pelo conhecimento cientifico na aplicação. Qual técnica usar,por que, quando e como utilizá-la, são questões importantes a serem consideradas além da habilidade em si....O profissional de Artes Marciais deve , necessariamente , possuir destreza técnica, mas é importante que saiba administrar sua proficiência técnica com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa pelo motivo certo da maneira certa para garantir a melhor qualidade do serviço prestado..."

"... The physical ability itself is not enough to set a professional martial artist. It is necessary that this ability is guided by scientific knowledge in the application. Which technique to use, why, when and how to use it, are questions important to consider than the skill itself .... the professional in Martial Arts must necessarily have technical skill, but it is important that he manages his technical proficiency with the right person at the right measure, at the right time for the right reason in the right way to ensure the best quality of service ... "

No basement da casa de Si Baak Gung Pete, ao ladeado por meu Si Fu Julio Camacho, Si Gung observa seu Si Hing falando sobre o Mui Fa Jong. Si Gung nos alerta a estarmos sempre receptíveis a pontos de vista diferentes dos nossos, principalmente de nossos seniors, para estarmos sempre aprendendo.

Si Gung at the house of Si Baak Gung Pete, by his side is my Si Fu Julio Camacho. Si Gung watches his Si Hing talks about the Jong. Si Gung, always tells us to stay open to new points of view, principally from our seniors. 'Cause this is a way to keep learning.

"...O profissional ...Ele deve conhecer e incorporar em sua prática uma corrente continua de novas idéias e conhecimentos. Uma profissão não pode permanecer estática. Ela deve sempre acompanhar o desenvolvimento relativo a sua área de atuação para manter e aprimorar a qualidade dos serviços prestados a sociedade. O profissional de Artes Marciais deve examinar constantemente as bases de suas práticas, renovando-se na aplicação de novas metodologias a fim de melhorar sempre o serviço prestado a comunidade..."

"... The professional ... He should know and incorporate into his practice a continuous stream of new ideas and knowledge. A profession can not remain static. He must always follow the development on his area of ​​expertise to maintain and enhance quality of services rendered to society. professional in Martial Arts must constantly examine the basis of his practices, renewing itself in the application of new methodologies in order to constantly improve service to the community ... "

Mesmo após o falecimento de seu Mestre, Moy Yat, Si Gung Leo Imamura continua visitando anualmente(ou até mais de uma vez ao ano) sua Si Mo, Sra Helen Moy, viúva de Moy Yat. Nestas oportunidades, ele tem a oportunidade de renovar sua visão do Ving Tsun. Como nessa foto, o vemos ao lado,não só de Sra Helen, como também de seus dois seniors, seus Si Hing : William (sentado) e Henry( de pé) em NY.

Even after his Master´s death, grand-Master Moy Yat, Si Gung Leo keeps visiting his Si Mo , Mrs Helen Moy. During those trips , Si Gung becomes able to renew his vision on Ving Tsun. Like in this pic, he stands aside not only with Mrs Helen, but also, with his two seniors: Master William and MAster Henry in NY.

"...É necessário que a atividade profissional desenvolvida possua conteúdo a ser transmitido... A organização profissional deve acompanhar este processo, propondo diretrizes para as instituições que estão devidamente autorizadas a ministrar aulas de artes marciais. Tudo isso para que o conhecimento e habilidades exigidos no desempenho profissional sejam transmitidos aos futuros profissionais de artes marciais através de cursos de preparação específicas..."

"... It is necessary for the professioal work has content to be transmitted ... The professional organization should monitor this process, proposing guidelines for institutions that are duly authorized to teach martial arts classes. So the knowledge and skills required in job performance to be transmitted to future practitioners of martial arts through specific courses to prepare ... "

Na foto me vemos com Si Gung em demonstração para os membros da Familia Kung Fu em visita dele ao Rio em 2005. Na Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence, os Nucleos consideram as diretrizes propostas pelo Programa. Uma delas, é a visita do líder do Clã, no caso, Si Gung. Está prevista pelo menos uma visita dele a cada um dos Núcleos Certificados. Esse tipo de experiência, pode "ativar" potenciais no praticante e no Nucleo visitado.

In this pic above, we see me with Si Gung during a demo to all the members of the KF Family, during one of his visits to Rio, this time in 2005. In MYVTMI the branches considers what is writen in the Program. One of this things is the visit of the Clan leader, in this case, Si Gung. At least once in a year, Si Gung will visit each branch of MYVTMI. This movement, can activate potentials not only in practitioners but also in the branches.

"...Na década de 80 no Brasil, quando as pessoas falavam em profissionalismo nas artes marciais, muitas delas imediatamente associavam a um sentido negativo de exploração do aluno. Os instrutores temiam que fossem identificados como "Prostitutos da Arte", pois acreditavam que ao cobrar um valor justo por seu trabalho, poderiam estar vendendo seus profundos conhecimentos.
Pelo isolamento tão característico daquela época, os praticantes de artes marciais ignoravam que os grandes mestres sabiam atribuir um valor justo ao seu conhecimento, pois tinham importância da consciência do aluno valorizar e respeitar devidamente a arte. 
O ponto crucial , não é a quantia de dinheiro em si, mas o esforço para conseguir tal quantia. Assim, este esforço permitirá ao aluno vivenciar a importante sensação de estar conquistando por sua própria dedicação a condição de praticante da arte. Assim, ele começará a perceber que somente aquilo que conquistar com seu próprio esforço, é seu por direito. Este é o primeiro passo para a jornada da Maestria nas Artes Marciais..."

"... In the 80s in Brazil, when people talked about professionalism in the martial arts, many of them immediately associated a negative connotation of exploitation of the student. Instructors feared being identified as" prostitutes of the art" ,because they believed that by charging a fair price for their work, they could be selling his profound knowledge. By isolation so characteristic of that era, the martial arts practitioners unaware that the great masters knew assign a fair value to their knowledge, they had the importance of student awareness of value and respect the art properly. The crucial point is not the amount of money itself, but the effort to achieve this amount. Thus, this effort will allow the student to experience the important feeling of winning on his own dedication . So he begins to realize that he only w earns with his own effort, is rightfully yours. This is the first step in the journey of mastery in the Martial Arts ... "

Bruce Lee(foto) nos anos 60, cobrava US$ 300,00 por hora para dar aulas de Kung Fu a seus alunos.

In the 60's one hour with Bruce Lee learning his Kung Fu would cost US$ 300,00.


"... Ip Man cobrava por uma hora de aula, o equivalente a R$ 700,00. É óbvio que os exemplos acima são referentes a profissionais excepcionais , mas ilustram perfeitamente porque na década de 90, as pessoas abriram os olhos com a globalização do mercado  e perceberam que ao se profissionalizarem elas teriam mais condições de se dedicarem a sua arte, aos seus alunos e ao seu sucesso..."

"... Ip Man charged for one hour of class, the equivalent of R$ 700.00(around US$ 338,55). It is obvious that the above examples are for exceptional professionals, but they illustrate perfectly when in the 90s, people opened their eyes to the globalization of the market and realized that by professionalizing it would be more able to commit themselves to their art, their students and their success ... "

Acompanhando sua Si Mo, quando esta esteve no Brasil em 2003, Si Gung usa terno e gravata durante o evento.

Behind his Si Mo during her visit to Brazil in 2003, Si Gung wearing a suit and a tie.


"... Ao optar por dedicação exclusiva, muitos instrutores de artes marciais estarão dando um grande passo em suas próprias vidas... Mas infelizmente por não serem profissionais, não possuem as ferramentas necessárias para sair do que chamo de "Ciclo da Miséria". Seus conhecimentos profissionais não são suficientes para ter uma entrada maior mensal... 
Ser profissional ... significa ter pelo menos as 8 habilidades abaixo:"

"... By choosing dedication, many martial arts instructors will be taking a big step in their own lives ... But unfortunately because they are not professionals, do not have the necessary tools to get out of what I call the" Cycle of Poverty ". His professional knowledge are not enough to have a higher monthly entry ... Being professional ... means having at least the 8 skills below: "
Si Gung Leo está sempre trocando idéias com seus Si Hing (membros mais antigos), como nesse caso, com Mestre Miguel Hernandez.
Si Gung is always looking to exchange points of view with his seniors, like in this case, his Si Hing, Master Miguel Hernandez.


1- Capacidade de desenvolver uma imagem adequada de sua academia-escola para seu público alvo.
2- Habilidade para gerenciar profissionalmente sua academia-escola.
3- ...Promover uma entrada constante de novos alunos.
4- Prioridade para os alunos já matrciulados, procurando entender suas necessidades.
5- Compreensão e visualização dos motivos que levaram uma pessoa a buscar seus servios.
6- Capacidade de identificação da necessidade e da motivação de cada membro da academia.
7- Dominio básico da arte marcial ensinada e manutenção das técnicas específicas de sua modalidade e o conhecimento básico das outras modalidades marciais.
8- Estar ligado constantemente com as tendências e técnicas de trabalho de nosso mercado.

1 - Ability to develop an adequate picture of your school gym to your target audience. 
2 - Ability to professionally manage your school or gym. 
3 - Promote ... a constant input of new students.
 4 - Priority to students already inside, trying to understand theirs needs.
 5 - Understanding and visualization of the reasons that leads a person to seek your services. 
6 - Ability to identify the need and motivation of each member of the school.
 7 - Domain oft basic martial art techniques and maintenance of its specific sport and the basic knowledge of other martial procedures. 
8 - Being constantly connected with the trends and techniques for working in our market.


THE DISCIPLE OF MASTER JULIO CAMACHO
Thiago Pereira "Moy Fat Lei"
moyfatlei.myvt@gmail.com

quarta-feira, 27 de maio de 2020

WHAT IS A "SI HING"(師兄)? AN ESSAY ON A SUCH COMPLEX TERM FROM "MO LAM".



(Entre 2007 e 2015, representei meu Si Fu no bairro do Méier. Durante esse período, muitos dos meus irmãos Kung Fu começaram sob minha tutela. Após ser titulado Mestre e inaugurar minha Família Kung Fu, aos poucos eles foram buscar seu contato direto com nosso Si Fu. Essa foto foi tirada no dia em que parte desse grupo acessou o Nível Superior Final "Baat Jaam Do". A foto com Si Fu é emblemática por si só, pois simboliza uma jornada "lado-a-lado" que necessitava se renovar.)

(Between 2007 and 2015, I represented my Si Fu in the Méier neighborhood. During that period, many of my Kung Fu brothers started under my tutelage. After being titled Master and inaugurating my Kung Fu Family, they gradually sought their direct contact with our Si Fu. This photo was taken on the day that part of this group accessed the Final Top Level "Baat Jaam Do". The photo with Si Fu is emblematic in itself, as it symbolizes a "side-by-side" journey that needed renew.)

Numa Família Kung Fu, temos duas figuras muito conhecidas: O Si Hing(師兄) e o Si Dai(師弟). 
Quando falamos do círculo marcial que chamamos "Mo Lam"(武林), estamos nos referindo à um mundo imanente dentro da própria sociedade cotidiana. E como tal, possui suas próprias regras. Uma de suas características mais marcantes, é o uso do ideograma Si (師) presente nos termos usados para que possamos nos referir à um membro de nosso Si Mun (師門) que entendemos como "Família Kung Fu". Então, mesmo para um nativo do idioma geral e dos dialetos presentes na China, não existem traduções para termos como Si Hing(師兄) e Si Dai(師弟), eles apenas "são". E por termos no Ocidente idiomas que não compreendem toda a riqueza de desdobramentos do idioma chinês, tendemos a adaptar para "irmão mais velho"(Hing 師兄) e "irmão mais novo"( Dai師弟). Mas observe, que esta tradução não contempla o Si(師). Por isso, adaptamos mais uma vez e passamos a usar "Irmão Kung fu mais velho"(Si Hing 師兄) e "Irmão Kung Fu mais novo"(Si Dai師弟).
Observe que agora temos mesmo em português, uma tradução que contempla a função relacional("Irmão mais velho ou mais novo") e a natureza ("Kung Fu").

In a Kung Fu Family, we have two very well-known figures: Si Hing (師兄) and Si Dai (師弟).
When we speak of the martial arts circles that we call "Mo Lam" (武林), we are referring to an immanent world within everyday society itself. And as such, it has its own rules. One of its most striking features is the use of the Si (師) ideogram present in the terms used so that we can refer to a member of our Si Mun (師 門) that we understand as "Kung Fu Family". So, even for a native of the general language and dialects present in China, there are no translations for terms like Si Hing (師兄) and Si Dai (師弟), they just "are". And because we have languages ​​in the West that do not understand the full range of developments in the Chinese language, we tend to adapt to "older brother" (Hing 師兄) and "younger brother" (Dai 師弟). But note, that this translation does not include Si (師). Therefore, we adapted again and started to use "Elder Kung Fu Brother " (Si Hing 師兄) and "Younger Kung Fu Brother  " (Si Dai 師弟).
Note that we now have a english translation, which includes the relational function ("Elder or younger brother") and nature ("Kung Fu").
(A foto acima, mostra minha Si Mo e Si Fu me observando enquanto realizo o "Siu Nim Do", Uma sequência de movimentos presente do Programa Experiencial de nosso Clã. Eu não sabia que o executaria, mas como membro da Família Kung Fu mais antigo presente, talvez Si Fu tenha achado interessante me pedir que demonstrasse para os novatos. Por natureza sou muito tímido, mas ao longo de mais de vinte anos, entendi a importância de honrar a minha "função social" dentro do "Mo Lam". Isso não significa que eu não siga tímido ou não possa errar. Significa apenas, que o entendimento da minha função de "Si Hing", me ajuda a administrar melhor essas emoções e inseguranças.)

(The photo above shows my Si Mo and Si Fu watching me while I perform "Siu Nim Do", a sequence of movements present in the Experience Program of our Clan. I didn't know that I would do it, but as a the oldest member of the Kung Fu Family present , maybe Si Fu found it interesting to ask me to show it to the rookies. By nature I’m very shy, but for more than twenty years, I understood the importance of honoring my "social role" within "Mo Lam". it does not mean that I don't stay shy or can't make mistakes. It just means that understanding my function as "Si Hing" helps me better manage those emotions and insecurities.)


Segundo a Professora Karen L. Lai, em sua obra "A introduction to chinese philosophy"(2008): ..."Na filosofia chinesa, um indivíduo é em essência um 'Eu' constituído e situado relacionalmente. Isso significa que há muitos fatores que moldam o 'Eu', inclusive suas relacções com pessoas significativas e suas experiências dentro de seus contextos históricos, culturais, sociais e políticos..."

Em seu livro, a Professora Karen L. Lai, divide a doutrina Confuciana entre "Ritos" e "Humanidade". E dentro desse viés ritual/formal/protocolar, ela dizia que este mapeia diferentes padrões para o comportamento apropriado de acordo com o lugar de alguém em uma determinada relação. Desta forma, indivíduos são familiarizados com as diferentes obrigações e emoções que são apropriadas nas relações específicas. Segundo ela, a contínua prática deste viés protocolar da lógica Confuciana, fomenta uma apreciação mais profunda das relações humanas.

According to Professor Karen L. Lai, in her work "A introduction to chinese philosophy" (2008): ... "In Chinese philosophy, an individual is in essence a 'oneself' constituted and relationally situated. This means that there are many factors that shape the 'oneself', including its relationships with significant people and its experiences within its historical, cultural, social and political contexts ... "

In her book, Professor Karen L. Lai, divides the Confucian doctrine between "Rites" and "Humanity". And within that ritual / formal / protocol bias, she said that it maps different patterns to appropriate behavior according to someone's place in a given relationship. In this way, individuals are familiar with the different obligations and emotions that are appropriate in specific relationships. According to her, the continuous practice of this protocol bias of Confucian logic, fosters a deeper appreciation of human relations.



(Eu e meu irmão Kung Fu Mais novo Vladimir Anchieta. Independente de nossa diferença de idade de quatorze anos, eu fui admitido antes na Família Kung Fu. Isso fez de mim o irmão Kung Fu mais velho, ou "Si Hing")

(Me and my younger brother Kung Fu Vladimir Anchieta. Regardless of our age difference of fourteen years , I was admitted to the Kung Fu Family before. That made me the oldest Kung Fu brother, or "Si Hing")

Como a cultura clássica chinesa é exótica à nossa e toda a sua estrutura interna. Uma pessoa só poderá entender e vivenciar o que é a "Vida Kung Fu", se estiver sob a tutela de alguém que também a vivenciou. O "mais antigo" ou Si Hing(師兄), é um pessoa nessa jornada que tem uma responsabilidade com a função a qual ocupa dentro de uma estrutura de Família Kung Fu em relação à alguém que ocupa a função do "mais novo" chamado Si Dai(師弟). Mas observe, que uma coisa é a "função" ou "situação" e outra coisa bem diferente é o "papel". É como uma mãe, ela tem a função social de mãe, mas é algo bem diferente, de como ela vai desempenhar essa função.
Em alguns casos as relações dentro da Família Kung Fu serão tão próximas, que haverá uma tendência em se confundir a pessoa e a função que esta ocupa.
Meu Si Fu teria dito certa vez, que poderíamos preservar a Família Kung Fu para esse outro tipo de relação, e deixar a amizade por si mesma , para relações fora da Família.
No meu caso e de Vladimir(FOTO), temos um carinho muito grande um pelo outro, porém sempre existiu um respeito muito claro em nosso tratamento, que norteou nossas interações ao longo das décadas. Depois de vinte anos, podemos falar com orgulho, que nunca nos desentendemos. E ao praticarmos, não seguramos as mãos tão pouco quando era para golpear.

As the classical Chinese culture is exotic to ours and all of its internal structure. A person can only understand and experience what "Kung Fu Life" is, if he is under the tutelage of someone who has also experienced it. The "oldest" or Si Hing (師兄), is a person on this journey who has a responsibility with the function he occupy within a Kung Fu Family structure in relation to someone who occupies the function of the "youngest" called Si Dai (師弟). But note, that one thing is "function" or "situation" and quite another thing is "play a role". It is like a mother, she has the social function of a mother, but it is something quite different, of how she will perform this function.
In some cases the relationships within the Kung Fu Family will be so close, that there will be a tendency to confuse the person and the function that he occupies.
My Si Fu would have said once, that we could preserve the Kung Fu Family for this other type of relationship, and leave the friendship for itself, for relationships outside the Family.

In my case and that of Vladimir (PHOTO above), we are very like each other very much. But there has always been a very clear respect in our treatment, which has guided our interactions over the decades. After twenty years, we can speak with pride, which we never have been disrespectful with eah other. And when we practice, we don't hold hands either when it comes to striking.

(Eu e meu irmão Kung Fu mais novo Rodrigo Moreira. Conheci Rodrigo na faculdade, e mais de dez anos depois ele foi admitido na Família Kung Fu. Apesar de termos o mesmo Si Fu, ele praticava sob minha tutela no bairro do Méier, por ser mais próximo. Isso nos gerou algumas confusões).

(Me and my younger Kung Fu brother Rodrigo Moreira. I met Rodrigo at college, and more than ten years later he was admitted to the Kung Fu Family. Although we had the same Si Fu, he practiced under my tutelage in the Méier neighborhood, for to be closer to his house. This caused us some confusion).

Quando confundimos "função" com "papel", acabamos deixar de lado quem nós somos, para vivermos uma personagem dentro de uma relação. Além disso, esperamos o mesmo comportamento de nosso par. Foi um caso de sorte, quando meu irmão Kung Fu mais novo Rodrigo, foi admitido na Família Kung Fu. Imediatamente minha postura mudou e me percebi "atuando no papel" de Si Hing(師兄). Com isso, nossa relação se tornou extremamente mecânica e por muitas vezes abusei da mesma, fazendo as vezes de um "quase Si Fu (師父). Com o tempo, Rodrigo passou a relacionar-se com nosso Si Fu diretamente, e assim entendemos os dois, nossas posições dentro da Família Kung Fu. Não era o caso mais de eu orientar e Rodrigo seguir, mas agora, discutimos e nos questionamos. Nossa relação voltou a ficar leve, e hoje nos vejo muito mais entendedores da mesma do que antes de sua admissão na Família. Então eu diria que não existe um "papel de Si Hing(師兄)" mas uma "função".

When we confuse "function" with "playing a role", we end up putting aside who we are, to live a character within a relationship. In addition, we expect the same behavior from our peer. It was a case of luck, when my younger Kung Fu brother  Rodrigo, was admitted to the Kung Fu Family. Immediately my posture changed and I did not find myself playing the function of Si Hing (師兄) but just playing a role. As a result, our relationship became extremely mechanical and I often abused it, making myself  almost a Si Fu (師父) for him. Over time, Rodrigo started to relate to our Si Fu directly, and so we two understand , our positions within the Kung Fu Family. It was no longer the case that I mentored and Rodrigo followed, but now, we argue and question ourselves. Our relationship has become light again, and today I see ourselves much more understanding of it than before. his admission to the Family. So I would say that there is no "Si Hing (師兄) role" but a "function".
(Com Si Fu e meus irmãos Kung Fu Claudio e Carlos num restaurante da Zona Oeste do Rio)
(With Si Fu and my Kung Fu brothers  Claudio and Carlos in a restaurant in the West Zone of Rio)

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Quando falamos em Si Fu (師父) e seu To Dai(徒弟), estamos falando de um "seguidor"(To Dai 徒弟). Cabendo a um "seguidor" desenvolver a arte de "seguir". É diferente das relações entre  Si Hing(師兄) e Si Dai(師弟). Não existe um "seguidor" na relação Si Hing-Dai(師兄弟). Existem pessoas em posições diferentes dentro de uma organização familiar, com funções diferentes. A arte está em entender como elas se dão. Já que segundo Karen L. Lai, nos "Analectos" de Confúcius (15:24) existe o conceito de "shu", que pode ser traduzido como "reciprocidade" ou "mutualidade", que captura a essência de que há uma troca nas relações.
Então, quando um Si Hing(師兄) se depara com um Si Dai(師弟) que acabou de chegar, fica fácil depositar nele uma série de orientações e demandas, pois este último não terá condições de questionar o Si Hing(師兄). Com o amadurecimento, pode ocorrer do  Si Dai(師弟) entender melhor sua função na Família, e o Si Hing(師兄) ainda não. Portanto, por vezes o Si Hing(師兄) vai se frustrar aguardando que o Si Dai(師弟) "cumpra um papel", que antes ele cumpriu, ainda que sem saber.

When we talk about Si Fu (師父) and his To Dai (徒弟), we are talking about a "follower" (To Dai 徒弟). It is up to a "follower" to develop the art of "following". It is different from the relations between Si Hing (師兄) and Si Dai (師弟). There is no "follower" in the Si Hing-Dai (師 兄弟) relationship. There are people in different positions within a family organization, with different functions. The art is in understanding how they get along. Since according to Karen L. Lai, in the "Analects" of Confucius (15:24) there is the concept of "shu", which can be translated as "reciprocity" or "mutuality", which captures the essence that there is an exchange in relations.

So, when a Si Hing (師兄) comes across a Si Dai (師弟) that has just arrived, it is easy to deposit a series of guidelines and demands on him, since the Si Dai (師弟) will not be able to question the Si Hing (師兄). With maturity, the Si Dai (師弟) can better understand his position and function in the Family, and the Si Hing (師兄) still does not. Therefore, sometimes the Si Hing (師兄) will be frustrated waiting for Si Dai (師弟) to "play a role", which he played before, although without knowing it.

Esse ensaio surgiu de uma cena que muito me marcou na excelente série documental "The Last Dance"(Disponível na NETFLIX). Nela, Michael é confrontado por depoimentos de ex-companheiros de time dizendo o quão difícil era a convivência com ele. Sua sede por vitória, levava seus companheiros ao limite nos treinos e no dia a dia. Diz Michael Jordan visivelmente emocionado: "...Eu não tenho que fazer isso dessa forma. A única razão de eu agir assim, é porque esse sou eu, é assim que eu jogo o jogo...É assim minha mentalidade. Se você não quer jogar dessa forma...Não jogue dessa forma..."

This essay emerged from a scene that marked me a lot in the excellent documentary series "The Last Dance" (Available on NETFLIX). In it, Michael is confronted by testimonies from former teammates saying how difficult it was to live with him. His thirst for victory, pushed his teammates to the limit in training and day to day. Says Michael Jordan visibly moved: "... I don't have to do it that way. The only reason I act like this, is because this is me, this is how I play the game ... This is my mentality. If you don't want to play that way ... Don't play that way ... "
(Momento divertido com meus irmãos kung fu 
Thiago Silva e Carlos Antunes no casamento do Si Fu e Si Mo.)

(Fun time with my kung fu brothers
Thiago Silva and Carlos Antunes at the wedding of Si Fu and Si Mo.)

Portanto, às vezes nos aproximamos tanto dos nosso irmãos Kung Fu no campo pessoal, que quando a hora chega, não nos dispomos mais na condição de Si Hing(師兄) de mostrar o furo. É como numa prática de "Chi Sau", você não deve recusar um convite para se fazer "Chi Sau" e se abrir você deve golpear. E se não conseguirmos agir de acordo com nossa função de Si Hing(師兄). Acredito estarmos fazendo o que Si Fu orientou que não fosse feito: Colocar a amizade antes da função. Então, é como se houvesse um desequilíbrio entre o processo de humanidade e formalidade.
E quem sabe no final do dia, percebamos que o golpe que não quisemos disparar num irmão Kung Fu querido. Tenha mais a ver com nosso compromisso em despenharmos o papel de um cara legal, do que não fazer cerimônia para golpear.


Therefore, sometimes we get so close to our Kung Fu brothers in the personal field, that when the time comes, we no longer have the condition of Si Hing (師兄) to show the hole. It is like a "Chi Sau" practice, you should not refuse an invitation to do "Chi Sau" and if the other person opens the center line you should go foward it. And if we are unable to act according to our Si Hing (師兄) function. I believe we are doing what Si Fu told us not to do: Put friendship before function. So, it is as if there is an imbalance between the process of humanity and formality.
And who knows, at the end of the day, we realize that the blow we didn't want to shoot at a dear Kung Fu brother. It has more to do with our commitment to play the role of a nice guy, than not having a ceremony to strike.



The Disciple of Master Julio Camacho
Thiago Pereira "Moy Fat Lei"
moyfatlei.myvt@gmail.com