sábado, 5 de outubro de 2019

UMA PERSPECTIVA KUNG FU PARA A LUTA DO DIA A DIA

Era uma Sexta agitada, que finalizava uma semana infernal... Era como se por um mês, o meu mundo tivesse virado uma máquina de lavar. Naquele dia, não deveria ser possível encontrar-me com Si Fu e Si Mo, mas a força da relação me levou a fazer uma série de ajustes para estar com os dois por conta de um convite de Si Fu. Pois enquanto aguardávamos a chegada de Si Gung Leo Imamura ao Rio de Janeiro, Si Fu levaria Si Mo para conhecer o Forte de Copacabana.
Não sei ao certo por quantas horas ficamos sentados nesse banco olhando o mar. Dentre tantas coisas que conversamos, avaliamos as perfomances de diferentes praticantes de Stand-Up Paddle que praticavam esse esporte ali à nossa frente. Si Fu também me pediu para explicar porque gosto tanto do personagem "Rambo", e após assistir junto comigo um episódio do meu programa de Youtube "Cultura Kung Fu", fez algumas considerações .


Ao longo da minha vida, muitas pessoas dos meus círculos de amigos, não entenderam, questionaram, ou me colocaram contra a parede. Por conta da minha dedicação à relação "Si Fu-To Dai". Bem, acredito que você que está lendo, possa se perguntar também de vez em quando, o que um passeio a pé pelo Forte de Copacabana, pode lhe ajudar em termos técnicos por exemplo...
Para continuar respondendo a essa pergunta, quero compartilhar minha visão sobre o trabalho
do Professor Peimin Ni da Grand Valley University do Havaí.



Meu interesse sobre a sua pesquisa adveio, da descoberta de seu trabalho pelo meu Si Gung Leo Imamura. Pois sua visão a respeito dos clássicos chineses como obras que fazem parte do que ele chama de Instrução Kung Fu, lhe despertaram a curiosidade.
Ainda que essa abordagem não seja a única (autores como François Jullien apresentaram proposta
semelhante) achei interessante apresentar o olhar do Doutor Ni, pois o seu trabalho ganhou
grande repercussão quando escreveu o artigo “Kung Fu for Philosophers” no New York Times.
Segundo o Professor Peimin Ni, durante as Dinastias Song e Ming, da China, o termo "kung fu"
era amplamente empregado pelos confucianos, taoístas e budistas como a arte de viver a vida
em geral e todos eles consideravam seus ensinamentos como diferentes escolas de kung fu.


(Si Fu e Si Mo, escolhendo a refeição no Menu)


Assim, a essência do Kung Fu, pode ser encontrada em várias artes e orientações sobre como cultivar a pessoa e sua vida. Essa talvez seja a ênfase do Dr. Ni com relação ao termo "Kung Fu". Já que, em sua pesquisa, são elencados os seguintes empregos para essa noção:
(1) esforços dispendidos em algo,
(2) modos apropriados de realizar esforços (empregando tempo) ou instruções particulares
sobre como realizar esforços, isso é também o sentido no qual nós podemos falar sobre kung
fu como uma forma de arte,
(3) incorporação das habilidades resultantes destes esforços, e
(4) os propósitos das habilidades alcançadas.
Para ele, o kung fu permite perceber a união do homem à ação de uma maneira que a ação
humana não é tratada meramente como um resultado de escolhas racionais ou procedimentos
técnicos, mas como resultado do cultivo humano. Ele chamou esse conhecimento de "Perspectiva Kung Fu".


Como meu Si Fu por mais de vinte cinco anos, tem a "Vida Kung Fu" como meio de acesso ao Sistema Ving Tsun. Ele resume todo esse conceito, numa única frase: "Thiago, a vida pode ser simples".



Mestre Thiago Pereira
Discípulo do Mestre Senior Julio Camacho
Responsável pelo Núcleo Méier 
da Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence
moyfatlei.myvt@Gmail.com