quarta-feira, 10 de maio de 2023

THE FIRST TIME I MET GM WILLIAM MOY

 

Naquele ano, eu completava vinte anos ininterruptos como membro da Linhagem Moy Yat. Ao longo das décadas, principalmente de meu Si Fu, ouvi inúmeras passagens sobre o Si Taai Gung Moy Yat. Algumas dessas histórias ele mesmo estava presente, enquanto em outras, eram histórias que ele tinha escutado do Si Gung. E quando o Si Gung visitava o Rio, ou eu ia até São Paulo, era comum ouvir ele citar seu próprio Si Fu Moy Yat. 
Todas essas histórias me encantavam muito, pois elas sempre terminavam com alguma fala, ação ou gesto do Patriarca, que demonstrava toda a sua arte e perspicácia. Porém, eu nunca tinha escutado histórias contadas pelo seu próprio filho, meu Si Baak Gung William Moy [FOTO ACIMA].
Em muitas das fotos que tive contato, Si Baak Gung sempre pareceu muito sério. Foi apenas em algum dos aniversários do Si Gung, que ele apareceu em um vídeo de homenagem, e para minha surpresa, ele fazia uma brincadeira bem divertida na filmagem. Todos riram, e aquilo me fez pensar que ele não fosse tão sério assim. 

That year, I completed twenty uninterrupted years as a member of the Moy Yat Lineage. Over the decades, mainly from my Si Fu, I heard countless passages about Si Taai Gung Moy Yat. Some of these stories he himself was present, while in others, they were stories he had heard from Si Gung. And when Si Gung visited Rio, or I went to São Paulo, it was common to hear him quoting his own Si Fu Moy Yat.
All these stories delighted me a lot, as they always ended with some speech, action or gesture by the Patriarch, which demonstrated all his art and perspicacity. However, I had never heard stories told by his own son, my Si Baak Gung William Moy [PHOTO ABOVE].
In many of the photos I had contact with, Si Baak Gung William always looked very serious. It was only on one of Si Gung's birthdays, that he appeared in a tribute video, and to my surprise, he made a very funny joke in the footage. Everyone laughed, and that made me think he was cool.

Durante um período de dois anos, a filha mais velha do meu Si Fu que se chama Jade [FOTO a dir], decidiu praticar comigo no Núcleo Méier, e isso fez com que nos aproximássemos. A Jade é minha irmã Kung Fu mais nova, mas também é filha do Si Fu. Então por várias vezes, para algo que eu chamaria a atenção de qualquer outro irmão Kung Fu, não sabia o que fazer com relação a Jade. Certa vez eu decidi ligar para o Si Fu, pois não estava conseguindo perceber o que fazer. Eu havia estado com a Jade na Quarta, que era o dia da semana que ela estava no Méier, mas lembro bem de ligar para ele num final de tarde de Sábado, de dentro do meu carro. - “Use seu Kung Fu”- Ele teria dito.
Em outros momentos, alguns de meus discípulos que hoje tem mais de vinte anos, eram adolescentes como a Jade, e alguns ficaram espantados ao saberem quem ela era - “Caramba! Ela é filha do Si Fu?”- Lembro do Alexandre, principalmente falando isso [Risos].
Independente de não saber o que fazer muitas das vezes, sempre tentei tratar tanto a Jade quanto a Julinha[foto a esq] com muito carinho, em função a toda a dedicação do pai delas comigo. Sendo que em muitas dessas oportunidades, ele deixava de estar com elas para estar comigo, e claro! O mesmo para com meus irmãos Kung Fu.

During a period of two years, my Si Fu's eldest daughter, who is called Jade [PHOTO at right], decided to practice with me at MYVT Meier School, and that brought us closer together. Jade is my youngest Kung Fu sister, but she is also Si Fu's daughter. So several times, for something that I would bring to the attention of any other Kung Fu brother, I didn't know what to do about Jade. Once I decided to call Si Fu, because I couldn't figure out what to do. I had been with Jade on Wednesday, which was the day of the week she was in Méier wild neighborhood with me, but I well remember calling him one late Saturday afternoon, from inside my car. - "Use your Kung Fu" - He would have said in response.
At other times, some of my disciples who are now over twenty years old were teenagers like Jade at the time, and some were amazed to learn who she was - “Wow! Is she Si Fu's daughter?”- I remember Alexandre, mainly saying that [Laughs].
Regardless of not knowing what to do many times, I always tried to treat both Jade and Julinha [above photo in the left] with great affection, due to all their father's dedication to me. Being that in many of these opportunities, he stopped being with them to be with me, of course, The same for my Kung Fu brothers.

Então por ocasião da inauguração do Instituto Moy Yat em São Paulo, finalmente pude conhecer o Si Baak Gung William[FOTO]. Estava agendada uma palestra e ele chegou direto do aeroporto, ele segurava esses papéis que o ajudaram a contar um pouco da sua história, da história de seu pai e da história dos dois. Ao final, ganhei o roteiro da apresentação de presente[FOTO ACIMA], muito graças ao meu Si Gung. 
Me tocou muito ouvir dele suas histórias na Família Kung Fu, e de todo o desafio para entender a relação com seu pai que também era seu Si Fu. Me marcou muito em determinada história, a coragem do Si Taai Gung Moy Yat ao se dirigir a ele, mostrando que não deixaria de ser seu Si Fu, para ser apenas pai naquele contexto. Com isso, percebi o quão difícil parece ser para “o filho do Si Fu”, dentro do Círculo Marcial. Porém, o sentimento dele de satisfação ao contar todas essas histórias, mostraram sua gratidão por tudo o que viveu. 
Também pude ver que o Si Baak Gung não é muito fechado, na verdade ele parece estar sempre sorrindo e disponível para atender com muito carinho, todos que se aproximam. 
Como ontem foi o aniversário dele, decidi contar esses fragmentos de lembranças.

Then, on the occasion of the inauguration of the Moy Yat Institute in São Paulo, I finally got to meet Si Baak Gung William [PHOTO]. A lecture was scheduled and he arrived straight from the airport, he was holding these papers that helped him tell a little of his story, his father's story and the story of the two of them. In the end, I got the presentation script as a gift [PHOTO ABOVE], much thanks to my Si Gung.
It touched me a lot to hear his stories in the Kung Fu Family from him, and the whole challenge to understand the relationship with his father who was also his Si Fu. It struck me a lot in a certain story, the courage of Si Taai Gung Moy Yat when addressing him, showing that he would not stop being his Si Fu, to just be his father in that context. With that, I realized how difficult it seems to be "Si Fu's son", within the Martial Circle. However, his feeling of satisfaction when telling all these stories, showed his gratitude for everything he experienced.
I could also see that Si Baak Gung is really cool, in fact he seems to be always smiling and available to talk with great affection, everyone who approaches.
Since yesterday was his birthday, I decided to tell these fragments of memories.


A Disciple of Master Julio Camacho
Thiago Pereira "Moy Fat Lei"
moyfatlei.myvt@gmail.com.