quarta-feira, 27 de outubro de 2021
THE MOTION MEDITATION: AN ESSAY ON BAAT JAAM DO [八斬刀]
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
NEW VING TSUN BOOK TO BE RELEASED THIS MONTH
sexta-feira, 15 de outubro de 2021
THE “CHAM KIU” AND I .
Rio de Janeiro, 20 anos atrás...
Quando tinha dezesseis anos, eu frequentava o Mo Gun usando minha bicicleta preta. Meu amigo Rafael Azevedo havia me dado um Discman de presente, e eu colocava ele na minha mochila. O desafio era correr com a bicicleta o máximo que pudesse, sem deixar a música pular. Eu tinha alguns CD´s de trilhas sonoras de Animes que comprava em eventos, e ouvia enquanto corria com ela saindo do bairro do Pechincha até o Tanque, onde o Mo Gun ficava. Acontece que toda aquela adrenalina se esvaia assim que a prática começava. Eu simplesmente havia “resistido bravamente” ao “Siu Nim Tau” e agora lá estava eu fazendo o “Cham Kiu”. Eu achava tudo muito parado, não entendia o Chi Sau, ninguém me dizia muita coisa, as práticas eram quase que em silencio. Finalmente, Si Fu colocou uma caixa de sugestões na entrada do Mo Gun - “Precisa ter mais luta”- Foi o que eu escrevi. Mais tarde, descobri que a única sugestão havia sido a minha, e por conta da minha letra de criança, fui rapidamente descoberto. Eu então comecei a faltar por dois meses. Literalmente, eu chegava até a porta do Mo Gun com minha bicicleta preta e discman, olhava... Pensava...E ia embora... Minha mãe então perdeu a paciência e já não queria mais pagar a mensalidade. Si Suk Ursula marcou uma reunião com ela, eu e o Si Fu. Si Fu preocupava-se apenas com uma coisa: “Você ainda tem interesse em praticar?”- Ele me perguntou olhando diretamente em meus olhos, basicamente ignorando minha mãe. Eu disse que sim, mas não sabia como a experiência poderia ser diferente de antes. É que eu mal sabia, que um homem mudaria minha trajetória a partir dali...Rio de Janeiro, 20 years ago...
When I was sixteen years old, I used to go to Mo Gun on my black bike. My friend Rafael Azevedo had given me a Discman as a gift, and I put it in my backpack. The challenge was to ride the bike as much as possible without letting the music jump. I had some CDs of Anime soundtracks that I bought at events, and I listened to them as I ride the bike from the Pechincha neighborhood to the Tanque, where Mo Gun was located. It turns out that all that adrenaline drains as soon as the practice begins. I had simply "bravely resisted" the "Siu Nim Tau" and now here I was doing "Cham Kiu". I thought everything was very still, I didn't understand Chi Sau, nobody told me much, the practices were almost silent. Finally, Si Fu put a suggestion box at Mo Gun's entrance - "We need to have more combat practices" - That's what I wrote. Later, I found out that the only suggestion was mine, and because of my childish handwriting, I was quickly discovered. I then started skipping classes for two months. Literally, I would come to the door of Mo Gun with my black bike and discman, look the stairs... I would think... And leave... My mother then lost patience and no longer wanted to pay the monthly fee. Si Suk Ursula arranged a meeting with her, me and Si Fu. Si Fu was only concerned with one thing: "Are you still interested in practicing?"- He asked me looking directly into my eyes, basically ignoring my mother. I said yes, but I didn't know how the experience could be any different from before. It's just that I barely knew, that a man would change my trajectory from there...
Rio de Janeiro, dias de hoje.
quarta-feira, 6 de outubro de 2021
Master Class: The tune between Si Fu and Carlos Antunes
Alguns anos atrás voltei para casa com a frase que meu Si Fu acabara de me dizer: “A vida pode ser leve, Pereira”. - Aquela frase veio em um momento onde era impossível acreditar em leveza, com tudo o que estava se passando. Era o final de 2017, e muitas coisas não iam bem. Acontece que poucos meses atrás, conversando com meu irmão Kung Fu Carlos Antunes. Pude ouvir dele [num linguajar mais íntimo devido a nossa relação], sobre um determinado assunto que eu trouxera para a conversa :“Si Hing, eu posso não ser bom com as facas na mão, mas uma coisa eu sei fazer com relação a vida:' Eu corto logo, meu irmão! Eu não arrasto essas correntes igual você não, eu corto logo! Uma 'parada' que você não vai me ver, é arrastando corrente. Isso eu entendi do 'Do' !' ” - Ao ouvir aquilo, lembrei-me da fala do Si Fu. Percebi que “seguir junto” é algo bem profundo. Você pode estar seguindo junto de alguém, mas não totalmente. Pois lá estava eu, anos depois, ainda sem conseguir deixar “a vida leve”. E meu irmão Kung Fu mais novo, que usualmente brinca com sua dita [por ele mesmo] falta de habilidade. Com mais uma atitude completamente sintonizada com a de nosso Si Fu, ainda que nunca tivesse escutado a frase que eu ouvi, mas que por uma outra via, chegara a mesma conclusão.
Na “Aula Master” de ontem, Si Fu começou falando da importância de uma atitude que permita ao artista, finalizar o movimento. - “Eu desenho olhos tortos igual ao Picasso, mas ele sabe colocá-los no lugar, e por isso mesmo ele transcendeu isso.” - Brincou ele. Si Fu enfatizou a importância da lamina em promover o corte, pois muitas vezes o movimento vazio com as facas que não vão até o final, não promovem isso. Da sala de seu apartamento nos EUA, ele deu alguns exemplos do dia a dia. De maneira por vezes anedótica, ele insinuou sobre situações em que não finalizamos o que nos propusemos a começar.