sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

DINNER WITH THE DAAI SI HING

 

Já se passaram sete anos desde a minha titulação e do meu Si Hing Leonardo Reis. Fomos os primeiros de nossa geração a receber esse título na América Latina dentro da Linhagem Moy Yat. Mais tarde em Brasília, recebemos o mesmo título, só que desta vez pela Federação Internacional. E nesse meio tempo, eu decidi me tornar Líder de uma Família Kung Fu, e isso transformou a Família Moy Jo Lei Ou em um Clã. E assim permanecemos desde então. 
Dentro de nossas afinidades, Si Hing compartilha comigo o gosto por histórias de fantasia,[mais precisamente 'Espada e Feitiçaria'] que muitos como eu, atribuem ao Robert E. Howard a criação desse gênero. Nele, geralmente temos a figura de um bárbaro que passa por várias profissões ou não. Ele pode ser um 'escolhido' que precisa cumprir uma profecia, ou um aventureiro que vivencia muitas facetas da vida. Porém, esses heróis quando chegam numa idade mais madura, são representados como uma figura melancólica. Isso ocorre, porque eles sentem falta dos tempos da juventude onde podiam vivenciar grandes feitos, e que não conseguiram se dar conta dos desafios menos físicos porém muito mais complexos, que a vida de aventura na fase madura da vida guarda. Eles são coroados, mas desprezam a coroa, com saudades de serem soldados. 
Eu encontrei o meu Si Hing para um jantar de encerramento do ano[FOTO], marcamos num restaurante italiano novo que abriu no Barra Shopping e que gostei muito. Quando cheguei, Si hing já me esperava a mesa. Pedimos uma entrada e conversamos sobre a vida durante essa etapa inicial. E bem, eu não tinha um objetivo em mente com esse jantar, mas duas coisas me levaram até lá além do carinho por ele : Em primeiro lugar, um desejo mútuo de que os irmãos Kung Fu em nossa Família, desenvolvam relações que possam ir além da simples amizade, sem que sejam intermediadas pela presença do Si Fu ou por um pedido dele.  
Sobre a segunda questão que levei comigo naquele dia, resolvi abordar Si Hing de uma maneira diferente... Pois Si Fu sempre falou sobre a característica chinesa de se falar pouco. Pois quanto mais você fala, mais informações você dá a outra pessoa. Dizer apenas o suficiente para provocar o outro a falar. - "...Porquanto , na perspectiva adotada por esse tratado, os interesses seriam necessariamente opostos entre os interlocutores, cada um fechado em sua posição, e o destinatário deve ser tomado por adversário..."( Jullien, F , 1997)

Seven years have passed since my Master degree ceremony and that of my Si Hing Leonardo Reis. We were the first of our generation to receive this title in Latin America within the Moy Yat Lineage. Later in Brasilia, we received the same title, only this time by the International Federation. And in the meantime, I decided to become the Leader of a Kung Fu Family, and that turned the Moy Jo Lei Ou Family into a Clan. And so we have remained ever since.
Within our affinities, Si Hing shares with me the taste for fantasy stories, more precisely 'Sword and Sorcery', which many like me, attribute to Robert E. Howard the creation of this genre. In it, we usually have the figure of a barbarian who goes through various professions or not. He may be a 'chosen one' who needs to fulfill a prophecy, or an adventurer who experiences many facets of life. However, these heroes when they reach a more mature age, are represented as a melancholy figure. This is because they miss the times of youth when they could experience great deeds, and were unable to realize the less physical but much more complex challenges that the adventurous life in the mature phase of life holds. They are crowned, but they despise the crown, longing to be soldiers.
I found my Si Hing for a year-end dinner, we booked at a new Italian restaurant that opened in Barra Mall and I really liked it. When I arrived, Si hing was already waiting for me at the table. We asked for a starter and talked about life during this early stage. And well, I didn't have a goal in mind with this dinner, but two things got me there besides affection for him: First, a mutual desire that the Kung Fu brothers in our Family, develop relationships that can go beyond of simple friendship, without being mediated by Si Fu's presence or by his request. And the second......
About the second question that I took with me that day, I decided to approach Si Hing in a different way... Because Si Fu always talked about the Chinese characteristic of speaking little. Because the more you talk, the more information you give the other person. Say just enough to provoke the other to talk. - "...Because, in the perspective adopted by this treaty, the interests would necessarily be opposed between the interlocutors, each one closed in his position, and the addressee must be taken as an adversary..."( Jullien, F , 1997)
[O Daai Si Hing me presenteia com a versão em ingles de 
seu livro de espada e feitiçaria 'Dragões da Tempestade']

[Dais Si Hing presented me with the English version 
of his sword and sorcery book 'Storm Dragons']
.
Portanto, tentei discretamente compartilhar com Si Hing a respeito da conversa que tivera com Si Fu, para tentar humildemente me inserir como um membro da Família Moy Jo Lei Ou que de dentro possa dar uma diferença positiva em situações que necessitam disso. 
Então era como se de alguma maneira, eu estivesse me dispondo a vivenciar mais uma aventura do círculo marcial, já numa fase madura da minha jornada. Não queria ficar sentado observando como nossos heróis favoritos. Eu achei que fosse possível contribuir de maneira mais inteligente do que quando tinha mais condições físicas. Ou seja, como disse o Si Gung recentemente em uma LIVE, o pouco que eu posso dar hoje, é mais do que quando eu era jovem, pois atuo no meu máximo. 
No final das contas, sabia que teríamos um jantar ótimo, um grande momento de relação e o início de algo maior também em termos relacionais...

Therefore, I discreetly tried to share with Si Hing about the conversation I had with Si Fu, to humbly try to insert myself as a member of the Moy Jo Lei Ou Family that can make a positive difference in situations that need it.
So it was as if somehow, I was willing to experience another martial circle adventure, already in a mature phase of my journey. I didn't want to sit around and watch like our favorite heroes. I thought it was possible to contribute more intelligently than when I was more physically fit. That is, as Si Gung said recently in a LIVE, the little I can give today is more than when I was young, because I act at my best.
At the end of the day, I knew that we would have a great dinner, a great relationship moment and the beginning of something bigger also in relational terms...

Alguns dias depois estava junto de outros irmãos Kung fu coordenando um dia inteiro de encerramento para o ano de 2021, dando o tom para o ano próximo[FOTO]. Tudo com a anuência do Si Fu. Estava um pouco inseguro com a recepção dos mais antigos em relação a essa movimentação minha e o que eu tinha a dizer, pois receava uma certa resistencia por não ser o Si Fu falando. Ainda assim, correu tudo bem e tivemos um dia bem especial em termos práticos e conceituais. 
Acredito que hoje esteja em melhores condições de contribuir com a Família Moy Jo Lei Ou, exatamente por ter escolhido ser um Líder de Família Kung Fu com meus próprios discípulos. Com isso, qualquer intepretação particular que tenha, posso explorar junto aos meus descendentes na minha própria Família, abrindo espaço para uma representação mais sintonizada com a do meu Si Fu em sua Família Kung Fu que eu também sou membro. 

A few days later, I was with other Kung Fu brothers coordinating a full day of closing for the year 2021, setting the tone for the next year [PHOTO]. All with the consent of Si Fu. I was a little insecure with the reception of the older ones in relation to this movement of mine and what I had to say, because I feared a certain resistance because it was not Si Fu speaking. Still, everything went well and we had a very special day in practical and conceptual terms.
I believe that today I am in a better position to contribute to the Moy Jo Lei Ou Family, precisely because I chose to be a Kung Fu Family Leader with my own disciples. With that, any particular interpretation I have, I can explore with my descendants in my own Family, opening space for a representation more in tune with that of my Si Fu in his Kung Fu Family, which I am also a member of.


The Disciple of Master Julio Camacho
Thiago Pereira 'Moy Fat Lei'
moyfatlei.myvt@gmail.com




quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

BIU JI: AN ESSAY ON FEAR.


 Foram necessários muitos anos e afastamentos de praticantes queridos por mim, para que eu entendesse algo muito simples: Não vai dar tudo certo! Durante a trajetória de um praticante, vai dar muita coisa errada. E eu me incluo nisso. Acontece que quando começamos, naquele primeiro momento que nos chamam a frente para poder “tecer algumas palavras”. Tudo parece tão perfeito, estamos tão motivados, que não consideramos os altos e baixos. Nossa visão linear impede que estejamos cientes que teremos muitos momentos desafiadores para continuarmos nessa trilha. E como a maioria das coisas que nos propomos a fazer, temos um certo otimismo inocente, com o qual acreditamos que tudo vai ser fácil. Portanto, quando o primeiro desafio se apresenta, nos desesperamos e desistimos. Outros como eu, tem mais sorte para que mesmo acreditando que vai dar tudo certo, ao perceber que algo não está indo bem, aprenderam aos trancos e barrancos a trabalharem para que desse certo mesmo assim. Ou em outros casos, recebi muitos empurrõezinhos do meu Mestre Julio Camacho[FOTO]. 

It took many years of practitioners dear to me who left, for me to understand something very simple: It's not going to be all right! During the trajectory of a practitioner, many things will go wrong. And I include myself in that. It turns out that when we started, at that first moment they called us to the front to be able to “weave some words”. Everything seems so perfect, we are so motivated, we don't consider the ups and downs. Our linear vision prevents us from being aware that we will have many challenging moments to continue on this path. And like most things we set out to do, we have a certain innocent optimism, with which we believe that everything will be easy. So when the first challenge presents itself, we despair and give up. Others, like me, are luckier so that even though they believe that everything will work out, when people like me realize that something is not going well, we learned by leaps and bounds to work to make it work anyway. Or in other cases, I received a lot of pushes from my Master Julio Camacho[PHOTO].
[“Que se dane, vamos fazer!” - Camisa que ganhei de
 presente do Si Fu.Ele fez uma para cada um de nós usar]

['Screw it. Lets do it. - Si Fu gave me this short as a gift.
And made one for him too]

Sobre o medo de fracassar, felizmente aprendi o 'Biu Ji' com meu Si Fu ao longo do ano de 2002. Durante aquelas práticas com o Si Suk Diego, que era o assistente do Si Fu naquelas ocasiões. O medo de ser golpeado, era muito atraente. E existia também um desafio de ir um pouco mais, mais forte, mais rápido... Sabendo que ele faria o mesmo. Eu sentia que o limite estava perto e com a sensação de perigo aumentando, isso era de fato, muito atraente. Por vezes, eu forçava, golpeava por fora da linha central... Nesses momentos, o medo de ser golpeado era tamanho, que eu escolhi 'roubar' a ser golpeado. Mas o desafio de controlar essa sensação no 'Biu Ji', de buscar dominar essa situação, é um privilégio que poucos tem. Poder viver essa experiência com meu Si Fu e Si Suk, foi especial.
E acredito muito na importância de se praticar o 'Biu Ji' entre irmãos Kung Fu, sempre próximo ao limite do Domínio e da relação. é uma coisa muito atraente, muito motivante... Basta apenas tentar manter a cabeça sempre fria para nunca ultrapassar os limites, porque aí você pode acabar se machucando, como eu me machucava...
E é um desafio muito recompensador você procurar dominar a sensação de medo, durante a prática do 'Biu Ji', onde toda a sua estrutura montada com muita dedicação não só é testada... Mas você também aprende a compensar a perda momentânea de um fator de monitoramento utilizando-se de outro... E com isso me refiro a : Timing, distancia, energia e posicionamento.

About the fear of failure, luckily I learned 'Biu Ji' with my Si Fu throughout the year 2002. During those practices with Si Suk Diego Guadelupe, who was Si Fu's assistant on those occasions. The fear of being hit was very appealing. And there was also a challenge to go a little harder, harder, faster… knowing he would do the same. I felt the edge was close and with the sense of danger increasing, that was indeed, very attractive. Sometimes, I forced, I hit outside the center line... In those moments, the fear of being hit was such that I chose to 'do illegal moves to not be hit by Si SUk Diego. But the challenge of controlling this feeling in 'Biu Ji', of seeking to dominate this situation, is a privilege that few have. Being able to live this experience with my Si Fu and Si Suk was special.
And I strongly believe in the importance of practicing 'Biu Ji' between Kung Fu brothers, always close to the limit of Domain and relationship. It's a very attractive thing, very motivating... Just try to keep your head always cool so you never cross the limits, because then you can end up hurting yourself, like I did...
And it is a very rewarding challenge to try to master the feeling of fear, during the practice of 'Biu Ji', where its entire structure assembled with great dedication is not only tested... You learn to compensate for the momentary loss of a factor of monitoring using another... And by that I mean: Timing, distance, energy and positioning.


Enquanto dirigia esta semana, colocava uma LIVE do meu Si Gung Leo Imamura[FOTO] sobre 'Medo' para tocar. Em determinado momento, ele diz que muitas pessoas acreditam que a pessoa corajosa, é aquela que não tem medo. Si Gung então apresentou uma visão de coragem que inclui o medo. Ele disse algo que me tocou profundamente: “Coragem, é eu fazer uma coisa, ainda que tenha medo”- Ele continua- “Porque eu venço o medo, transformando ele num sentimento alavancador”.
Veja: Quando o medo me tomava de tal forma, que eu golpeava o Si Suk Diego por fora da Linha Central sem legitimidade alguma. Eu abandonava todos os meus valores pessoais por ter deixado o medo me dominar. Então, a minha parte menos elaborada comemorava o golpe internamente, mas existia um lado meu que se incomodava ao voltar para casa pedalando minha bicicleta preta. 
Da mesma maneira, em sua LIVE, Si Gung faz outra pergunta que eu gostaria muito de ter escutado com dezenove anos de idade : “Então veja, o que é importante para você?”- Si Gung complementa - “Veja a quantidade de coisas que voce está trabalhando, se dedicando , investindo seu tempo... A coisas e pessoas que não são importantes para voce”. - Si Gung fala isso, no contexto de que muitas pessoas sucumbem ao medo de seguirem suas vocações em busca de estabilidade. Elas vivem uma vida que não queriam em busca de um conforto que talvez não necessitassem. Tudo por medo. 

While driving this week, I put a Youtube  LIVE of my Si Gung Leo Imamura[PHOTO] on 'Fear' to play. At one point, he says that many people believe that the brave person is the one who is not afraid. Si Gung then presented a vision of courage that includes fear. He said something that touched me deeply: “Courage, it's me doing something, even if I'm afraid”- He continues- “Because I overcome fear, turning it into a leveraging feeling”.
See: In the past When fear took me in such a way, that I hit Si Suk Diego outside the Center Line without any legitimacy. I abandoned all my personal values ​​because I let fear dominate me. So, the less elaborate part of me celebrated the blow internally, but there was a side of me that was bothered by coming home on my black bike.
In the same way, in his LIVE, Si Gung asks another question that I would very much like to have heard at the age of nineteen: “So see, what is important to you?”- Si Gung adds - “See the amount of things that you are working, dedicating yourself, investing your time... To things and people that are not important to you”. - Si Gung says this, in the context that many people succumb to the fear of following their vocations in search of stability. They live a life they didn't want in search of comfort they might not need. All out of fear.

Por muitas vezes, reclamei com Si Fu[FOTO], a respeito de seu excesso de confiança. Pode parecer loucura, mas achava que sua integridade inabalável, acaba causando em alguns irmãos Kung fu, a fantasia de que o Si Fu sempre conseguia resolver tudo no final. Então, cada vez que ele conseguia, isso se confirmava. O que eu deveria fazer? Torcer contra para entenderem que o Si Fu também era um ser humano?
Com muito custo, tomei algumas atitudes que todas as células do meu corpo diziam para eu não fazer. Nada irresponsável, mas eram decisões de carreira e de vida, que por alguma razão acreditava que o Si Fu seria capaz de empreende-las. Eu sozinho, talvez não conseguisse, mas trazendo a presença do Si Fu em minha mente nessas decisões, eu passava a ser capaz. 
Quando tudo parecia que iria dar errado ou dava, eu procurava o desespero dentro de mim. Outras vezes, tinha certeza que ele iria me assaltar quando menos esperasse... Porém, nada disso acontecia. Por mais adversa que a situação parecesse, eu parecia sempre saber onde estava a saída. Nesses momentos, ao invés de medo, sentia uma gratidão profunda pelo trabalho que Si Fu fez comigo. Lembre-se: Eu era capaz de 'golpear roubando' por medo de ser socado pelo Si Suk Diego, e agora lidava com situações muito mais complexas e não me descontrolava...

Many times, I complained to Si Fu[PHOTO] about his overconfidence. It may seem crazy, but I thought that his unshakable integrity, ends up causing some Kung fu brothers, the fantasy that Si Fu always managed to solve everything in the end. So each time he succeeded, it confirmed itself. What should I do? Cheering against him, so my brothers could understand that Si Fu was also a human being?
With great difficulty, I took some actions that every cell in my body told me not to do. Nothing irresponsible, but they were career and life decisions, which for some reason I believed that Si Fu would be able to make them. I alone, maybe I couldn't, but bringing Si Fu's presence in my mind in these decisions, I was able to.
When everything looked like it was going to go wrong or did, I searched for despair inside of me. Other times, I was sure it would assault me ​​when I least expected it... But none of that happened. As adverse as the situation seemed, I always seemed to know where the exit was. In those moments, instead of fear, I felt a deep gratitude for the work that Si Fu did with me. Remember: I was able to 'hit outside the center line' for fear of being punched by Si Suk Diego, and now I dealt with much more complex situations and didn't lose control...
Toda essa estranha confiança , faz parte de um DNA-KUNG FU trazido ao Brasil pelo Si Gung[FOTO], e herdado pelo meu Si Fu. Com o passar dos anos, passei a ter cada vez mais certeza que aquele que se dedica com afinco a relação Si Fu - To Dai e pratica com coração e sem preguiça. Terá resultados. Estes resultados, quase sempre não são o que gostaríamos. Mas eles chegam quando precisamos deles. E tudo o que conquistamos, fazemos isso administrando o medo que sentimos. Porque sabemos, que se um soco por fora da Linha Central é simbólico. Abrir mão de nossa palavra dada, de nossos compromissos assumidos, ou de qualquer outra coisa relacionada aos nossos valores pessoais por medo. Ou pelo medo de ter medo. Terá sim, um preço muito mais alto na vida real. 
Por isso, entender e valorizar praticas como a do 'Biu Ji', é ser ético com o medo que temos e que vamos ter.

All this strange confidence is part of a KUNG FU-DNA brought to Brazil by Si Gung [PHOTO], and inherited by my Si Fu. Over the years, I became more and more sure that the one who dedicates himself with dedication to the Si Fu - To Dai relationship and practices with heart and without laziness. You will get results. These results are almost always not what we would like. But they come when we need them. And everything we conquer, we do it by managing the fear we feel. Because we know, if a punch outside the Center Line is symbolic. Giving up our word given, our commitments made, or anything else related to our personal values out of fear. Or the fear of being afraid. It will have a much higher price in real life.
Therefore, understanding and valuing practices such as the 'Biu Ji' is to be ethical with the fear we have and will have.


The Disciple of Master Julio Camacho
Thiago Pereira 'Moy Fat Lei'
moyfatlei.myvt@gmail.com




quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

A DAY WITH MASTER URSULA LIMA

 

Um dos últimos momentos marcantes do ano de 2021 que vivi, foi ao lado da Mestra Ursula Lima e de seu marido Ricardo Lopes, em atividades diversas da Família Kung Fu que eles lideram[FOTO]. Eu pude participar ativamente de uma Cerimonia de Titulação como um dos Mestres convidados. Além disso, fui parte da audiência da última Cerimonia de 'Baai Si' do ano e na sequencia, sentei ao lado dos dois durante o almoço de confraternização. 
Para mim, estar com minha 'Si Suk', a Mestra Ursula Lima. É sempre uma oportunidade de muito aprendizado. Me identifico muito com ímpeto dela e com a energia que ela coloca nas coisas, sempre em busca da excelência. Porém, naquela manhã também pude admirar a evolução de seus alunos, os quais acompanho desde quando começaram. Fiquei muito impressionado com a capacidade não só técnica, ou a desenvoltura psicomotora de todos os participantes da Cerimonia, mas principalmente com sua sintonia. 

One of the last memorable moments of the year 2021 that I lived was alongside Master Ursula Lima and her husband Ricardo Lopes, in various activities of the Kung Fu Family they lead [PHOTO]. I was able to actively participate in a Tutor Degree Ceremony as one of the invited Masters. Also, I was part of the audience for the last 'Baai Si' Ceremony of the year and after that, I sat next to the two during the fraternization lunch.
For me, being with my 'Si Suk', Master Ursula Lima, is always an opportunity for a lot of learning. I really identify with her impetus and the energy she puts into things, always looking for excellence. However, that morning I was also able to admire the evolution of her students, whom I have followed since they started. I was very impressed with not only the technical capacity, or the psychomotor resourcefulness of all the participants in the Ceremony, but mainly with their attunement.
Vitor Antonio e Fernanda Lima[FOTO] me chamaram a atenção em função da sintonia que tinham entre si e com os outros. Muitas vezes compensando, muitas vezes se reconectando, mas aparentemente relaxados e focados no que deveria ser feito. Tudo isso, me impressionou muito. Vitinho, como eu o chamo as vezes, falou em algum momento sobre as dificuldades que o grupo enfrentou ao longo do ano. Muitas dessas dificuldades envolviam desentendimentos entre eles, mas que com a convivência e o propósito que compartilhavam, conseguiram superar. E isso estava nítido, através de seus movimentos. Eu precisaria tecer algumas palavras ao final, mas estava difícil não me voltar para dentro, com tantas reflexões que surgiram a partir do que vi ali. E escrevendo agora sobre essa oportunidade, talvez pareça que foi tudo perfeito, mas como eu mesmo sou um membro de uma Família Kung Fu, sei das dificuldades que surgem nos 'bastidores' de um evento como esse. Porém, preferi pensar no que poderia apreender do que estava vendo. E a palavra é essa mesmo... 'apreender'.

Vitor Antonio and Fernanda Lima[PHOTO] caught my attention due to the harmony they had with each other and with others. Often compensating, often reconnecting, but seemingly relaxed and focused on what should be done. All this impressed me a lot. Vitinho, as I sometimes call Vitor, spoke at some point about the difficulties the group faced throughout the year. Many of these difficulties involved disagreements between them, but with the coexistence and the purpose they shared, they managed to overcome. And that was clear through their movements. I would need to weave a few words at the end, but it was difficult not to turn inward, with so many reflections that emerged from what I saw there. And writing now about this opportunity, it might seem like everything was perfect, but as I myself am a member of a Kung Fu Family, I know the difficulties that arise 'behind the scenes' of an event like this. But I preferred to think about what I could learn from what I was seeing. 
Encerramos aquele dia maravilhoso, com a celebração do aniversário do marido da Si Suk, o querido Ricardo Lopes[FOTO]. Bem, do Núcleo Copacabana até o restaurante fomos juntos de carro. E eu sentado no banco de trás, lembrava das vezes que voltava do Méier com a Si Suk Ursula dirigindo, sua mãe no banco do carona e eu no banco de trás. Realmente, agora que eles estão nos Estados Unidos, aquele dia para mim tinha o gosto estranho do fim de um ciclo e do início de outro. E essa volta de carro, trouxe a dose certa de nostalgia para um momento como esse. 
Voltei caminhando sozinho por quase 4Km até onde estava meu carro. Mesmo com meus headphones, meu celular descarregou e eu caminhei em silencio. Senti falta de uma música para uma caminhada como aquela, mas tudo o que tinha era o barulho do vento. E foi uma caminhada difícil, pois a cada esquina, lembrava de um evento ou momento com a Si Suk. Isso porque suas escolas eram sempre entre aqueles quarteirões de Copacabana. Não lembrava que tínhamos tantas histórias por ali. 
Depois deste meu ritual particular de despedida, sigo atento a novas oportunidades de novas histórias com a Si Suk Ursula. Sigamos juntos.

We ended that wonderful day with the celebration of the birthday of Si Suk's husband, dear Ricardo Lopes[PHOTO]. Well, from the Copacabana School to the restaurant we went together by car, and I was sitting in the back seat, I remembered the times I came back from Méier with Si Suk driving, her mother in the passenger seat and me in the back seat. Indeed, now that they are in the United States, that day for me felt strangely like the end of one cycle and the beginning of another. And this car ride brought the right dose of nostalgia to a moment like that.

I walked back alone for almost 4 km to where my car was. Even with my headphones on, my cell phone's battery died and I walked in silence. I missed music for a walk like that, but all I had was the sound of the wind. And it was a difficult walk, at every corner, I remembered an event or moment with Si Suk since her schools were always between those blocks in Copacabana. I didn't remember we had so many stories there.

After my private farewell ritual, I'm looking foward for new opportunities for new stories with Si Suk Ursula. Sigamos.


The Disciple of Master Julio Camacho
Thiago Pereira 'Moy Fat Lei'
moyfatlei.myvt@gmail.com




terça-feira, 11 de janeiro de 2022

A LIFE DEDICATED TO MARTIAL ARTS


PHOTOS BY Fernando Xavier

 Entre os longínquos anos de 2008 e 2015, eu era um representante do meu Mestre no bairro do Méier. Eu ainda não tinha recebido minha titulação, e como coordenava uma 'base avançada' [digamos assim]. Precisava aproximar de alguma maneira, os alunos daquele período da imagem do Si Fu Júlio Camacho. Portanto, me dedicava muito a contar histórias e dar exemplos baseados em sua pessoa. Com isso, não pensava que o Si Fu era perfeito. Acontece que eu buscava recortar das histórias que vivenciava com ele, ou que sabia de oitiva. Como ele lidava com cada situação através de uma Perspectiva Kung Fu. Porém, nunca gostei de ser chamado de 'um grande contador de histórias'. Esse nunca foi meu objetivo. Eu sempre acreditei muito no poder do estudo da Genealogia de nossa Linhagem, tendo no Si Fu, o ancestral vivo mais próximo. Essas passagens, permitiam com que os alunos se apoiassem no potencial, e se inspirassem a reverem suas próprias decisões. Si Taai Gung Moy Yat, parecia chamar isso de 'usar o cérebro do Si Fu'. 
E foi por isso, que anos depois com a anuência do Si Fu, resolvi falar de sua trajetória numa perspectiva de alguém que dedicou grande parte de sua vida[a maior parte dela]. A transmissão de uma arte chamada Ving Tsun. 

Between the distant years of 2008 and 2015, I was a representative of my Master in the Méier neighborhood . I still hadn't received my Master´s degree, and how I coordinated an 'advanced base' [let's call it this way]. I needed to somehow bring the students of that period closer to the image of Si Fu Júlio Camacho. Therefore, I dedicated myself a lot to telling stories and giving examples based on his person. With that, I didn't think that Si Fu was perfect. It turns out that I tried to cut out the stories that I lived with him, or that I knew from hearing. How he handled each situation through a Kung Fu Perspective. However, I never liked being called 'a great storyteller'. That was never my goal. I've always believed a lot in the power of studying the Genealogy of our Lineage, having in Si Fu, the closest living ancestor. These passages allowed students to build on their potential and be inspired to review their own decisions. Si Taai Gung Moy Yat, seemed to call it 'using your Si Fu's brain'.
And that's why, years later, with Si Fu's consent, I decided to talk about his trajectory from the perspective of someone who dedicated a large part of his life [most of it]. The transmission of an art called Ving Tsun.

Com o auxílio de meu irmão Kung Fu Fernando Xavier, montamos uma estação de transmissão do conteúdo. Com isso, as pessoas de suas casas podiam ouvir e ver o que era dito com muita qualidade, bem como aqueles que se dispuseram a estar presentes[FOTO]. 
Falar do Si Fu para mim sempre é um grande prazer. Afinal, tenho ele como alguém notável. Porém, não estava ali para papear. Eu refleti muito sobre como abordar cada tema que achava relevante, para que de alguma maneira houvesse um potencial de tocar um ou outro daqueles que estavam assistindo. 

With the help of my Kung Fu brother Fernando Xavier, we set up a content transmission station. With that, people from their homes could hear and see what was being said with great quality, as well as those who were willing to be present [PHOTO].
Talking about Si Fu for me is always a great pleasure. After all, I have him as someone remarkable. But I wasn't there to chat. I thought a lot about how to approach each topic that I thought was relevant, so that somehow there was a potential to touch the audience who were watching.

Para tal, me dediquei a montar uma apresentação de slides[FOTO] que não só pudessem me auxiliar a manter a linha de raciocínio, mas que ajudassem as pessoas a visualizarem o que eu estava falando. Procurei passar pelas histórias dos Patriarcas Ip Man e Moy Yat, bem como do Grão-Mestre Leo Imamura. Eu entrelacei da melhor forma que pude, todas essas passagens com a carreira do meu Mestre Julio Camacho. Pois queria que a audiência percebesse uma coerência presente nas atitudes do Si Fu, como uma espécie de DNA de nossa Linhagem.

To this end, I dedicated myself to putting together a slideshow [PHOTO] that could not only help me keep the line of reasoning, but that would help people visualize what I was talking about. I tried to go through the stories of Patriarchs Ip Man and Moy Yat, as well as Grand Master Leo Imamura. I intertwined, as best I could, all these passages with the career of my Master Julio Camacho. Because I wanted the audience to perceive a coherence present in Si Fu's attitudes, as a kind of DNA of our Lineage.

Em determinado momento, falei sobre uma palestra que Si Fu teria preparado com afinco, mas que ao chegar no Mo Gun só haviam dois praticantes. Um deles seria a Si Suk Ursula. Si Fu teria sido lembrado de focar em quem estava lá e não em que não foi. Quando toquei neste tema, da maneira que lembrava dele, percebi que estava falando para me ouvir. Em algum nível, eu sentia a falta de alguns praticantes participando daquele encontro. Não porque era eu quem estava falando, mas para demonstrar apoio e sintonizar com os demais. Porém, ao me ouvir, percebi que estava colocando minha energia nas pessoas erradas. E redirecionei meu foco. 

At one point, I talked about a lecture that Si Fu would have prepared diligently, but that when he arrived at the Mo Gun there were only two practitioners. One of them would be Si Suk Ursula. Si Fu would have been reminded to focus on who was there and not on who wasn't. When I touched on this theme, as I remembered it, I realized that I was speaking to hear myself. On some level, I missed some practitioners attending that meeting. Not because I was the one speaking, but to show support and tune in to others. But as I listened to myself, I realized that I was putting my energy into the wrong people. And redirected my focus.

Em 2022, percorro meu vigésimo terceiro ano como praticante de Ving Tsun sob a tutela do mesmo Mestre. Eu mesmo preparei a homenagem em vídeo de quando meu Si Fu completou 20 anos na Família Kung Fu. Rememorar alguns dos marcos de sua carreira como transmissor desta arte, foi muito emocionante. Pois pude viajar no tempo em vários momentos, e revisitar fortes emoções que rodeiam nossa relação. E mesmo com todo o planejamento que fiz, esses assaltos emocionais não puderam ser previstos. E de maneira muito consciente,  me referi ao Si Fu como 'Herói' em vários momentos da apresentação. E isso me fez refletir o que estou fazendo com minha própria trajetória como praticante, como um Si Fu e como profissional. - 'O que estou deixando para a posteridade? Serei eu o elo fraco da corrente?' - Me perguntei voltando para casa.  

In 2023, I am completing my twenty-third year as a Ving Tsun practitioner under the tutelage of the same Master. I myself prepared the video tribute of when my Si Fu celebrated 20 years in the Kung Fu Family.. Recalling some of the milestones of his career as a teacher of this art was very moving. Because I was able to travel in time at various moments, and revisit strong emotions that surround our relationship. And even with all the planning I did, these emotional assaults couldn't be predicted. And very consciously, I referred to Si Fu as 'Hero' in several moments of the presentation. And that made me reflect on what I'm doing with my own trajectory as a practitioner, as a Si Fu and as a professional. - 'What am I leaving for posterity? Am I the weak link in the chain?' - I asked myself coming home.


The Disciple of Master Julio Camacho
Thiago Pereira 'Moy Fat Lei'
moyfatlei.myvt@gmail.com




TAKING SI FU TO THE AIRPORT. WITH: NO ONE ELSE.


[Momentos antes da partida de Si Fu para os EUA no GIG]
[Minutes before Si Fu´s departure to USA at Rio´s Int. Airport] 

Numa noite de novembro de 2021, seguia com Si Fu por uma Linha Amarela quase deserta. Rumávamos em direção ao Aeroporto Interacional do Rio de Janeiro, por ocasião de seu retorno aos EUA, depois de uma estadia breve no Brasil. 

As ruas estavam desertas por conta da final do torneio mais importante de esporte na América do Sul : A Libertadores da América. Meu próprio time estava disputando a final, então já arrumado para levar Si Fu ao aeroporto, parei na casa da Si Suk Ursula e assisti parte do jogo com seu marido e tio. Porém, antes que terminasse, já havia saído para encontrar Si Fu. 

Voltando ao carro com Si Fu em direção ao aeroporto, quando já estávamos a poucos quilômetros do estacionamento, Si Fu parecia estar falando com a Jade: “...  Filha, eu to chegando no aeroporto e a Família Kung Fu deve estar lá, depois eu falo com você... “ – Eu já sabia que não haveria ninguém além de mim no aeroporto, mas não havia sido por falta de convite. E foram necessários poucos minutos, até que enquanto Si Fu estivesse tirando o cinto de segurança, me perguntasse: “ Quem mais vai estar aí? “ – Respondi que ninguém mais estaria. Si Fu então apoiou-se com um dos braços na janela e o outro esticou e tocou o banco em que sentava. Ele olhou para a frente, e estalou a língua como costuma fazer quando tem uma constatação de uma perda de oportunidade ou algo assim... - “...Eu não toquei ninguém ontem... “ – Comentou ele, se referindo a celebração de seu aniversário na noite anterior. Esperei ele concluir o pensamento também olhando para frente sentado no banco do motorista. - “...Muita gente acha que minha vida é aquilo, mas não é. Se a minha vida fosse só aquilo, não existiria homenagem. O desejo de homenagear vem exatamente de momentos como esse, quando ninguém está vendo. Na hora da celebração, você não toca ninguém, você toca em momentos assim, e é o que te leva a querer fazer uma homenagem como a que você fez ontem... “ – Após essa consideração, saímos do carro e fomos andando até o local de “Check-in“. O aeroporto estava tão deserto, que nos perguntamos se estava funcionando.E quando conseguimos fazer o check-in e despachar as malas, resolvemos sentar na loja Kopenhagen. Si Fu reclamou da máscara que estava usando, preferiu não beber café [Acho que ele precisa evitar por conta da cirurgia].  

One night in November 2021, I took Si Fu by car at his mother´s home. We were heading towards the International Airport of Rio de Janeiro, on the occasion of his return to the USA, after a brief stay in Brazil.

The streets were deserted due to the final of the most important sports tournament in South America: Libertadores da América. My own team was playing in the final, so already dressed to take Si Fu to the airport, I stopped at Si Suk Ursula's house and watched part of the game with her husband and uncle. However, before it was over, I had already left to take Si Fu.

Returning to the car with Si Fu towards the airport, when we were already a few kilometers from the parking lot, Si Fu seemed to be talking to Jade: "... Daughter, I'm arriving at the airport and the Kung Fu Family must be there, later I'll talk to you...” – I already knew that there would be no one but me at the airport, but it wasn't for lack of an invitation. And it took a few minutes, until while Si Fu was taking off his seat belt, he asked me: “Who else will be there? “I replied that no one else would be. Si Fu then leaned with one arm on the window and the other stretched and touched the bench he was sitting on. He looked straight ahead, and clicked his tongue as he usually does when he has a realization of a lost opportunity or something... - "...I didn't touch anyone yesterday..." - He commented, referring to the celebration. of his birthday the night before. I waited for him to finish the thought also looking ahead sitting in the driver's seat. - “...Many people think my life is that, but it's not. If my life were just that, there would be no homage. The desire to honor someone, comes exactly from moments like this, when no one is watching. At the time of the celebration, you don't touch anyone, you touch at moments like this, and that's what makes you want to pay a tribute like the one you did yesterday to me... " - After this consideration, we got out of the car and walked to the “Check-in” location. The airport was so deserted because of the final match, that we wondered if it was working. And when we were able to check-in and drop off his bags, we decided to sit at the Kopenhagen Coffee shop. Si Fu complained about the mask he was wearing, he preferred not to drink coffee [I think he needs to avoid it because of the surgery].


[Sra Vanise Almeida, uma das lideranças da Família Moy Yat Sang, 
fala ao vivo para meu Mestre Julio Camacho que a observa atentamente]

[Mrs Vanise Almeida, one of the leaders of the Moy Yat Sang Family,
speaks live to my Master Julio Camacho who is watching her carefully]

Já havia sentado ali em outras ocasiões, por outras razões e por outras partidas... Mas naquele dia, algo parecia não encaixar. Eu lembrava da quantidade de pessoas que estavam no evento de celebração do aniversário do Si Fu na noite anterior, e como que naquele momento de se despedir apenas eu estava.... Parecendo ler minha mente, Si Fu indagou com um sorriso: “ E aí? Você queria que mais quem estivesse aqui? “ – Si Fu citou três nomes, e ilustrou situações hipotéticas e caricatas, que poderiam estar acontecendo se estes estivessem ali naquele momento. Ao final, ele me perguntou: “ Você queria que essas pessoas estivessem aqui agora, ou quer aproveitar o momento?

Mesmo com esse convite para a ação feito pelo Si Fu com sua pergunta. Ainda me incomodava a diferença do tratamento da noite anterior para aquele momento, representado pela presença apenas da minha pessoa. E no meio do meu incomodo, lembrei-me de uma outra fala do Si Fu a respeito desta função: “...Sabe, Thiago... As vezes nessa função de 'Si Fu' a gente tem que ser meio Dom Quixote mesmo...“

I had sat there on other occasions, for other reasons and for other departures... But that day, something didn't seem to fit. I remembered the amount of people who were at the event to celebrate Si Fu's birthday the night before, and as if at that moment of saying goodbye, only I was... Seeming to read my mind, Si Fu asked with a smile: "So what? Did you wish anyone else was here? “- Si Fu mentioned three names, and illustrated hypothetical and caricatured situations, which could be happening if they were there at that moment. At the end, he asked me: “Do you wish these people were here now, or do you want to enjoy the moment with me? "

Even with this invitation to action made by Si Fu with his question. It still bothered me the difference between the treatment of the night before and that moment, represented by the presence only of my person. And in the midst of my discomfort, I remembered another statement by Si Fu about this role of Kung Fu Family Leader: “...You know, Thiago... Sometimes in this role of 'Si Fu' we have to be a bit like Don Quixote. ...“



The Disciple of Master Julio Camacho
Thiago Pereira 'Moy Fat Lei'
moyfatlei.myvt@gmail.com