Às vezes, eu me pego pensando: "Será que eu sou mesmo do ramo?" - Quem sou eu para julgar as escolhas do meu Si Fu, mas me atrevo a dizer que a escolha do meu Nome Kung Fu foi perfeita para mim. Meu Nome Kung Fu tem o ideograma "Fat" (法), que, apesar da transliteração oficial da Moy Yat Ving Tsun Safeguard Group orientar para "Faat" (法), prefiro manter com apenas uma letra "a", pois foi assim que recebi em 2007 no dia do meu "Baai Si". Eu entendo que "Fat" (法) não seja o mesmo que "Lai" (禮). Porém, "Fat" (法) também pode ser traduzido como "procedimento" ou "modo". E então, nessas horas, penso que o "modo" pelo qual um Si Fu deveria pensar não deveria ser esse. Então eu paro de duvidar de mim mesmo.
Acho que esses dias acontecem com todos nós, e a convivência com o Si Gung tem sido muito importante para que eu entenda que não sou tão esperto quanto pensava. "Por isso, não devemos olhar para algumas das pessoas que compõem o Safeguard Group como elas são agora, mas como elas poderão vir a ser, mas têm que querer", teria dito ele em mais de uma ocasião. Mesmo assim, há momentos em que os fracassos seguidos em um movimento que eu já deveria dominar trazem um certo aperto no coração. Às vezes, eu penso em algum herói de algum filme de artes marciais; às vezes, eu penso no porquê comecei; às vezes, eu penso nos meus discípulos. Independentemente do que você vai pensar, você se prepara para começar toda a configuração inicial novamente (seja ela qual for). A seriedade com a qual o Si Gung conduz o meu processo me impede de agir diferente. É uma espécie de pacto - "...Podemos sim trabalhar, mas você está se preparando? Se você não perder meu tempo, podemos sim trabalhar... Eu não quero é perder meu tempo", diz ele em um certo tom de desafio. Para Si Gung, porém, nunca é perda de tempo, desde que você se dedique com um desejo sincero de seguir aprendendo.
Sometimes, I find myself thinking: "Am I really cut out for this?" Who am I to judge my Si Fu's choices, but I dare say that the choice of my Kung Fu Name was perfect for me. My Kung Fu Name features the ideogram "Fat" (法), which, despite the official transliteration from Moy Yat Ving Tsun Safeguard Group suggesting "Faat" (法), I prefer to keep with just one "a", as that's how I received it in 2007 on my "Baai Si" day. I understand that "Fat" (法) isn't the same as "Lai" (禮). However, "Fat" (法) can also be translated as "procedure" or "way". And so, at these times, I think that the "way" in which a Si Fu should think shouldn't be this way. Then I stop doubting myself.
I think these days happen to all of us, and living with Si Gung has been very important for me to understand that I'm not as clever as I thought. "That's why we shouldn't look at some of the people in the Safeguard Group as they are now, but as they could become, but they have to want to," he would have said on more than one occasion. Nevertheless, there are moments when repeated failures in a move I should already have mastered bring a certain tightness to my heart. Sometimes, I think of a hero from a martial arts film; sometimes, I think of why I started; sometimes, I think of my disciples. Regardless of what you will think, you prepare to start the entire initial setup again (whatever it may be). The seriousness with which Si Gung conducts my process prevents me from acting differently. It's a kind of pact - "...We can indeed work, but are you preparing yourself? If you don't waste my time, we can indeed work... I just don't want to waste my time," he says in a challenging tone. However, for Si Gung, it's never a waste of time, as long as you dedicate yourself with a sincere desire to keep learning.
Dependendo de uma simples construção de pergunta ou dúvida que você faça, Si Gung já é capaz de saber o quanto você tem se dedicado ou que tipo de acesso àquele conteúdo do Sistema você teve. Por isso, lidar com constantes tomadas de consciência a respeito de "furos" que eu tenho em meu entendimento do Sistema, às vezes não me chateiam tanto; em outras, me arrasam. Por isso, tenho também me jogado de cabeça nas oportunidades que me são dadas.
E aqui um fenômeno curioso acontece: De alguma maneira, toda a minha Família Kung Fu tem entrado instintivamente nessa mesma jornada de reestudo. Não sabia muito bem como seria conversar com cada discípulo a respeito de revisar o Sistema Ving Tsun, agora com mais condições de dar a eles um acesso com mais qualidade, mas nem foi preciso. Um a um, todos têm requisitado reestudar o Sistema desde o início - "Acho que essa foi minha melhor prática de 'Cham Kiu' até hoje..." - Ouvi de um dos meus discípulos. - "...Quero saber se esses estudos acontecerão sempre, não queria perder..." - Disse outro. - "Si Fu, pensei bem e acredito que meu problema nem esteja no Cham Kiu, mas no Siu Nim Tau. Queria saber se podemos estudar de novo desde o Siu Nim Tau" - Falou um dos mais antigos.
Esses pedidos espontâneos me tocaram profundamente nas últimas semanas. Nenhum deles sabe o quão incompetente me sinto às vezes com relação ao Sistema nos estudos com o Si Gung, mas de alguma maneira todos estão entendendo a mesma coisa que eu em termos de necessidade de estudo, ainda que não saibamos colocar em palavras.
Depending on a simple question or doubt you raise, Si Gung is already able to gauge how much you have dedicated yourself or what kind of access you have had to that System content. Therefore, dealing with constant realizations about "gaps" in my understanding of the System sometimes doesn't bother me so much; at other times, it crushes me. That's why I have also thrown myself wholeheartedly into the opportunities presented to me.
And here, a curious phenomenon occurs: Somehow, my entire Kung Fu Family has instinctively embarked on this same journey of restudy. I wasn't quite sure how it would be to talk to each disciple about revisiting the Ving Tsun System, now with better conditions to provide them with higher-quality access, but it wasn't necessary. One by one, they have all requested to restudy the System from the beginning - "I think this was my best 'Cham Kiu' practice to date..." - I heard from one of my disciples. - "...I want to know if these studies will always happen; I wouldn't want to miss out..." - said another. - "Si Fu, upon reflection, I believe my issue may not lie in 'Cham Kiu', but in 'Siu Nim Tau'. I would like to know if we can study from 'Siu Nim Tau' again" - spoke one of the more senior disciples.
These spontaneous requests have deeply touched me in recent weeks. None of them knows how incompetent I sometimes feel about the System in my studies with Si Gung, but somehow, everyone understands the same need for study, even if we cannot put it into words.
Ontem à noite, durante o instrumento do Programa que qualifica o tutor a conceder acesso aos marcos do Domínio Luk Dim Bun Gwan, foi mais um desses dias em que me deparei com minhas limitações. E não são poucas. No entanto, Si Gung teria dito: "...Talvez o grande Mestre apenas saiba o quanto ainda não sabe..." - Foi uma frase que me tocou profundamente, porque me fez lembrar de outra fala do Si Gung alguns anos atrás, sobre "o sucesso no círculo marcial talvez estar relacionado com a capacidade de continuar no jogo" - É como se você não desistisse mesmo ao perceber constantemente o quanto ainda não sabe.
Si Gung não brinca, não fala sobre vida pessoal, não conta histórias; cada minuto com ele é dedicado a um melhor entendimento sobre a salvaguarda do Sistema Ving Tsun. E tem sido muito especial notar que, de maneiras diferentes, Si Taai também atua da mesma forma. Assim como meu Si Baak Nataniel e os Si Suk Felipe e Tiago, por exemplo. Todos são pessoas que, cada uma com suas próprias características, não perdem tempo. Por isso, gosto muito do nome "Safeguard Group", porque fica muito clara qual é a nossa missão.
Então, é como se em uma "Foto Oficial" onde apareço sentado na posição de Si Fu, tenha eu cinco ou cem pessoas atrás de mim, não importa mais. O que vai importar é a condição que estou proporcionando a cada um dos discípulos de pé atrás de mim, de serem legítimos herdeiros da Linhagem Moy Yat. - "A escola de Kung Fu mais famosa da época tinha 3.000 alunos, e a Família Kung Fu do Patriarca Leung Jaan tinha seis discípulos. Ainda assim, a Família Kung Fu do Patriarca tinha muito mais respeito com seis discípulos... Já parou para pensar por que?" - Teria questionado Si Gung sem dar uma resposta, no final dos anos 2000, durante uma conversa por MSN comigo. Agora, com o "Safeguard Group" consigo finalmente entender.
Last night, during the instrument of the Program that qualifies the tutor to grant access to the milestones of the Luk Dim Bun Gwan Domain, was another one of those days where I confronted my limitations. And they are not few. However, Si Gung said: "...Perhaps the great Master only knows how much he still doesn't know..." - It was a phrase that deeply resonated with me because it reminded me of another statement from Si Gung years ago, about "success in the martial circle possibly being related to the ability to stay in the game" - It's as if you don't give up even when constantly realizing how much you still don't know.
Si Gung doesn't joke around, doesn't talk about personal life, doesn't tell stories; every minute with him is dedicated to a better understanding of safeguarding the Ving Tsun System. And it has been very special to notice that, in different ways, Si Taai also operates in the same manner. Just like my Si Baak Nataniel and the Si Suk Felipe and Tiago, for example. They are all individuals who, each with their own characteristics, do not waste time. That's why I really like the name "Safeguard Group", because our mission is made very clear.
So, it's as if in an "Official Photo" where I am seated in the position of Si Fu, whether there are five or a hundred people behind me, it doesn't matter anymore. What matters is the opportunity I am providing to each disciple standing behind me, to be legitimate heirs of the Moy Yat lineage. - "The most famous Kung Fu school of that time had 3,000 students, and Patriarch Leung Jaan's Kung Fu Family had six disciples. Yet, Patriarch's Family had much more respect with six disciples... Have you ever wondered why?" - Si Gung would have asked me, in the late 2000s, during an MSN conversation with me. Now, with the "Safeguard Group", I can finally understand.