No dia do convite para ‘Baai Si’ de Thalles Cunha, ele acabou por encontrar uma filial do nosso ‘Café’ preferido no bairro do Méier que é o ‘Café Zoro’. Essa filial que abre aos Sábados pela manhã bem cedo, permite que comecemos nossas manhãs tomando café juntos, num local acolhedor e sem pressa de desocuparmos as mesas. Como acontecia na padaria.
Um ponto importante do local, é que já somos conhecidos. O gerente me chama de ‘Mestre’ e honestamente, não sei se ele perguntou a alguém do que nosso grupo se tratava ou se intuiu. Porém, independente de como ele me chama, o tratamento que recebemos é sempre excelente. E ser conhecido no local que você frequenta, faz toda a diferença, pois os responsáveis pelo estabelecimento já sabem do que você gosta e de como funciona a dinâmica do grupo. Então, conseguimos tratar de diferentes assuntos, sem ser incomodados. Ou seja, é uma ambiência muito favorável no coração do Méier, para a “Vida Kung Fu”.
An important point of the place is that we are already known. The manager calls me ‘Master’ and honestly, I don’t know if he asked someone what our group was about or intuited. However, regardless of what he calls me, the treatment we receive is always excellent. And being known in the place where you go, makes all the difference, because those responsible for the establishment already know what you like and how the dynamics of the group work. So, we managed to deal with different subjects, without being disturbed. In other words, it is a very favorable environment in the heart of Méier wild neighborhood, for “Kung Fu Life”.
Outro local em que temos o mesmo
acolhimento, é o nosso querido “Japinha Carioca”(FOTO). Uma vez por semana, vou ao
restaurante sozinho e fico apreciando uma dose do meu Sake preferido,
refletindo sobre a semana que passou. Quando chegava, os garçons perguntavam: “Hoje
o senhor está sozinho? ”. Com o tempo, essa pergunta não foi mais feita, o
próprio staff já sabe que tem dias que vou com um ou dois alunos, com um grupo
ou sozinho. E o próprio Sake que é servido, não transborda o recipiente, pois
prefiro que não seja assim.
Another place where we have the same welcome, is our beloved “Japinha Carioca” (PHOTO) a japanese restaurant. Once a week, I go to the restaurant alone and enjoy a dose of my favorite Sake, reflecting on the past week. When I started to do that, the waiters asked: “Are you alone today, sir? ”. Over time, this question was no longer asked, the staff themselves already know that there are days when I go with one or two students, with a group or alone. And the Sake that is served does not overflow the container, because I prefer it not to be so.
Esses acontecimentos me trazem à memória, a saudade dos momentos que vivi com meu Si Fu e com o Carlos Antunes no “Benkei da loirinha” na Barra da Tijuca. Ela já sabia tudo que o Si Fu gostava e já nos conhecia. Assim como a Dona do estabelecimento, que nunca soube que rebatizamos seu restaurante de “Benkei da lorinha”(risos). Em outra oportunidade, almoçando com Carlos Antunes no Centro da cidade, tive uma “aula” de como um discípulo pode ser diferenciado: Carlos Antunes estava já a seis meses educando o guardador de carros a sempre deixar uma vaga reservada para ele, e educando o garçom a entregar “água com gás e limãozinho espremido” (uma das bebidas oficiais do Si Fu). Como descobri isso? Ao ver Carlos receber a água com limão espremido, disse inocentemente: “Ué? Você passou a gostar também? ” – A resposta de Carlos foi: “Não Si Hing. Estou pedindo isso a seis meses, para que quando o Si fu vier almoçar comigo, o garçom traga sem eu precisar pedir”.
Lembro-me de
ouvir aquela fala consternado. Naqueles tempos, eu demandava muito tempo e
paciência de meu Si fu, por conta de um problema que atravessei por três longos
anos. E mesmo assim, nunca me passaria pela cabeça este nível de cuidado. Ao
contar para Si Fu durante um almoço no restaurante “Tio Frank”(Zona Oeste do
Rio) num Sábado no início da tarde. Pude perceberi em seu olhar que ele havia
ficado impressionado também.
These events bring to mind, the longing for the moments I lived with my Si Fu and Carlos Antunes at the “Benkei" in Barra da Tijuca in the mid 2000's. The waitress already knew everything Si Fu liked and already knew us. Just like the owner of the establishment, who never knew we renamed her restaurant as “Blondie´s Benkei” (laughs) in refference of the waitress. On another occasion, having lunch with Carlos Antunes in the city , I had a “lesson” on how a disciple can be distinguished: Carlos Antunes had already been educating the car keeper for six months to always leave a place reserved for him, and educating the waiter delivering “sparkling water and squeezed lemon” (one of Si Fu's official drinks). How did I find out? When he saw Carlos receiving the water with squeezed lemon, I asked innocently: “Hey? Did you start to like it too? ”- Carlos' reply was:“ No Si Hing. I've been asking this for six months, so that when Si fu comes to lunch with me, the waiter will bring it without me having to ask ”.
I remember hearing that speech very schocked. In those days, I demanded a lot of time and patience from my Si fu, due to a problem that I went through for three long years. And yet, this level of care would never cross my mind. When telling Si Fu during a lunch at the restaurant “Tio Frank” (West Zone of Rio) on a Saturday in the early afternoon. I could tell in his eyes that he was impressed too.
It may be difficult for anyone outside the “Martial Arts Circles” (Mo Lam) or outside the Moy Yat Lineage to understand what this text is about. However, in short, it is about attention at a martial level that must be present at tables occupied by martial artists. If possible, attention at the martial level, can also be present in the "staff" of the restaurant. But surely, it must be present among the occupants of that table.