Num outro dia, ao sair para almoçar após um treino também numa Sexta com: Sifu,Paula,Vidal , Carlos Reis e o próprio Marcos Leiras, dono do sonho, fui comunicado pelo Carlos Reis, após Leiras ter ido embora antes do término do almoço, que o mesmo estava organizando um grupo com arquitetos,monges e artistas marciais de diferentes segmentos para visitarem os terrenos onde provavelmente será erguida a Universidade,o Templo e seus apêndices.
Carlos Reis explicou, que o Sifu tinha sugerido um grupo para representar nossa Família neste evento. O grupo a principio contaria com: Carlos Reis, Thiago Pereira,Mari Serpa e Carlos Antunes. Assim que o grupo me foi colocado aceitei o convite, mas ao mesmo tempo fiquei pensando o tempo todo sobre o motivo de reunir especialmente um grupo tão distinto quanto esse.
Infelizmente na data marcada, uma grande chuva caiu sobre o Rio de Janeiro, e no Domingo de manhã, extamente uma hora antes do combinado pra partida, Carlão nos avisou que a viagem estava cancelada para dali a duas semanas e ficamos então em stand by esperando por esta nova data.
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Duas semanas depois, lá estava eu esperando Carlos Antunes num local combinado para irmos juntos até onde o grupo do Leiras partiria. Mari nos encontraria lá também, mas infelizmente Carlão não poderia nos acompanhar, por motivos pessoais.
As 7:30 daquele Domingo nublado então, estavamos eu, Antunes e sua noiva Luciana, dentro do carro no Grajaú, esperando todos os participantes daquela viagem. E não demorou muito para que eu e Antunes avistassemos o primeiro deles. Na verdade deduzimos isso porque havia um homem de pé com vestes de monge do outro lado daquela estreita rua. Concluimos então que num Domingo de manhã, parado ali sozinho, só poderia pertencer ao grupo.Chegamos até ele, e iniciamos um primeiro contato. Ele disse se chamar Leonardo, e que era um monge praticante do budismo japonês, e que além disso, também era 8º Dan de Judô.
A conversa foi indo, e os outros participantes chegando. Inclusive Leiras com seu filho. Porém, Mari só chegou um pouco depois e foi quando também partimos todos para o Vale das Videiras.
Depois de uma rápida parada num local chamado Bar do Alemão, e de um relativo pedaço de estrada, chegamos ao centro da pequena cidade onde conheceriamos os terrenos.Tiramos uma foto oficial em frente a um pequeno shopping onde fica o restaurante da senhora que é considerada a "madrinha" do projeto, já que foi quem comunicou Leiras sobre os terrenos.
Após esta rápida segunda parada, fomos deixar nossas coisas no chalé e o grupo então finalmente rumou para o primeiro terreno, aquele a qual Leiras se refere como: "O Terreno Auxiliar"...
Na foto acima, o terreno ao lado direito, possui um pequeno córrego, um declive e um platô. Leiras pretende montar neste terreno, um espaço onde possam ser vendidos todos os artesanatos produzidos no Templo e na Universidade como shinai. Perto do córrego, ele pretende fazer algo como um jardim para que as pessoas possam passear.
Ao lado esquerdo da rua, existe um outro terreno maior ainda, que possui um morro, e que Leiras pretende utilizá-lo para a subsistência daqueles que viveram no Complexo que ele pretende erguer naquele que ele chama de : "O Terreno Principal"
Um pouco antes de voltarmos para o chalé, havia começado a cair uma chuva bem fina, mas que foi o suficiente para a estrada mudar um pouco de cara. Este fato deixou o nosso grupo em particular muito apreensivo, pois no caminho de ida, haviamos passado por inúmeras ladeiras extremamente íngremes e pontos de difícil passagem, que se complicariam mais ainda com a possibilidade de fazê-lo sob chuva. Dentro do carro do Antunes, ja fomos pensando em possíveis meios de voltar pra casa da melhor forma possível, já que era mais certo que a chuva só aumentasse..
Já de volta ao Chalé, fizemos os primeiros contatos com o restante dos participantes. E após um breve sutra entoado pelo Monge Leonardo, iniciamos o almoço.
Nesta ocasião, Leiras havia reorganizado as pessoas à mesa, para que pudessem interagir mais umas com as outras, e foi o que acabou acontecendo de certa forma. Porém, a chuva dessa vez tinha "apertado" e o barulho que ela fazia, querendo ou não incomodava algumas pessoas, que temiam pelo estado da estrada na volta.
Após a refeição, formamos uma caravana de carros, e cortando caminho por dentro de um clube, íamos em direção ao "Terreno Principal". O caminho possuía muitas ladeiras, e numa delas impossibilitado de subir, o carro do Antunes acabou sendo guiado de volta por Mari e Luciana, que preferiram esperar nosso retorno no Chalé. Eu e Antunes então fomos no carro do filho do Marcos Leiras, juntamente com Silvia e Sifu Marcos Becker. E observavamos que devido a chuva, o caminho se mostrava cada vez mais escorregadio.
Chegamos a porteira do terreno, e ao entrarmos por ela, logo depois começamos uma subida pelas pequenas subidas enlamaçadas. E num determinado ponto, não nos restou outra alternativa a não ser descer dos carros e subir até o cume de um dos morros do terreno, para ter uma visão mais ampla. E depois de todo o sacrifício para chegar até ali, o que vimos foi fantástico...
O terreno era maravilhosamente enorme. Do ponto em que estávamos, observavamos que ele era constituido de alguns montes que formavam lá embaixo um pequeno vale. E em vários momentos me veio a cabeça filmes como "O Senhor dos Anéis". A imensidão do terreno realmente surpreendeu a todos. Carlos Antunes ia gravando em sua camera as descrições do terreno feitas por Leiras e pelo nosso guia no momento, chamado Davi.
Para sairmos do terrenos, devido a chuva que caiu mais uma vez enquanto lá estavamos, alguns carros tiveram problemas para descer, chegando a casos de atolamento como o do Leiras. Mas tudo correu bem e conseguimos voltar ao Chalé.
Neste episódio em particular dos atolamentos na descida do "Terreno Principal" , gostaria de destacar o desempenho de Carlos Antunes, que se mostrou mais solicito do que ninguém, e conseguiu de formas diretas e indiretas, resolver o "grosso" deste pequeno impasse.
Chegamos ao Chalé quando ja estava escuro, e decidimos que as demonstrações de Artes Marciais seriam transferidas para dali a 15 dias no Museu de Arte Moderna ("EPISODIO 3") . Ainda nesta noite tivemos alguns problemas na volta pela falta de iluminação, pista escorregadia, baixíssima visibilidade na descida da serra, mas conseguimos chegar muito bem em nossas casas.
Resumindo na perspectiva dos membros da Família Kung Fu presentes neste episódio, foi um grande dia para grandes experiências.
(Thiago Pereira e Carlos Antunes posam pra foto ao conseguirem chegar ao cume de um dos montes do "Terreno Principal")
(com a excessão do irmão Kung-Fu Marcos Leiras, uma foto com o grupo que representou a Família Kung Fu nesta viagem:Carlos Antunes,Luciana,Thiago Pereira e Mari)